As declarações de Tarcísio de Freitas (foto) de que o governo de São Paulo tem “um pacto com o crime organizado” irritaram as cúpulas das polícias Civil e Militar do estado e motivaram uma nota da gestão do governador Rodrigo Garcia, informa a Folha.
Pré-candidato do Republicanos ao governo paulista com o apoio de Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Infraestrutura deu as declarações em entrevista ao canal do YouTube Money Reports, na última sexta-feira (1º).
“São Paulo tem uma coisa interessante que o paulista não percebe: a associação com o crime organizado. São Paulo fez um pacto com o crime organizado, de não combatê-lo. E por que se optou por não combater o crime organizado? Porque combater o crime organizado dá efeito colateral”, declarou Tarcisio na entrevista.
Esses efeitos colaterais, segundo o ex-ministro, seriam a reação dos criminosos, com morte de policiais, queimas de ônibus e assaltos a bancos. “O problema é que quando você não combate, o crime cresce, e ele se infiltra no poder. E aí ele acaba se tornando força política.”
As declarações levaram dois parlamentares a pedir a investigação de Tarcísio: o deputado estadual Delegado Olim, do PP, e o federal Alexandre Frota (ex-bolsonarista, hoje no PSDB).
Segundo o jornal paulistano, na PM, as críticas foram chamadas internamente de “no mínimo infelizes”, e integrantes da Polícia Civil citaram ações para indiciar e bloquear os bens de toda a família de Marcola, o principal chefe do PCC.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública paulista rebateu: “As ilações do ex-ministro, além de descabidas e irresponsáveis, revelam o absoluto desconhecimento do tema segurança pública, em especial no que se refere ao estado de São Paulo. Só nos últimos dois anos, mais de R$ 1,2 bilhão em ativos ligados às facções foram recuperados pelas forças de segurança estaduais”.
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