Como o preço do petróleo pode parar de subir
Num raciocínio extremamente fantasioso, digamos que o ar custasse dinheiro. Seria a commodity mais importante. Qualquer alteração no preço, mesmo que fosse de um centavo por metro cúbico, provocaria protestos, quebradeiras e até revoluções. Como o ar “ainda” é de graça, a matéria-prima mais relevante é o petróleo. Por isso, o mundo vem acompanhando, aflito, a alta causada pela guerra da Ucrânia. Ontem surgiram notícias relevantes que deverão reduzir os preços dos combustíveis fósseis...
Num raciocínio extremamente fantasioso, digamos que o ar custasse dinheiro. Seria a commodity mais importante.
Qualquer alteração no preço, mesmo que fosse de um centavo por metro cúbico, provocaria protestos, quebradeiras e até revoluções.
Como o ar “ainda” é de graça, a matéria-prima mais relevante é o petróleo. Por isso, o mundo vem acompanhando, aflito, a alta causada pela guerra da Ucrânia.
Ontem surgiram notícias relevantes que deverão reduzir os preços dos combustíveis fósseis.
O presidente Joe Biden informou que os Estados Unidos irão vender 1 milhão de barris diários de seus estoques reguladores de petróleo nos próximos seis meses.
Claro que dizer que a medida vai quase até as eleições de meio termo de novembro seria maledicência minha. Esse prazo é apenas coincidência.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) anunciou que irá aumentar a cota diária de produção de seus países membros em 400 mil barris.
Somando as decisões da Casa Branca e da OPEP, dá 1,4 milhão de barris. Não é quase nada se comparado ao consumo diário mundial de 97 milhões de barris. Mas mostra que há uma vontade de que os preços parem de subir.
E, se subirem, a OPEP poderá liberar mais produção, no que não poderá ser acompanhada pelos EUA, sob pena de seus depósitos estratégicos secarem.
Outra notícia importante para o mercado de petróleo, essa afetando especificamente a Petrobras, foi o comunicado da empresa à Securities and Exchange Commission (SEC), a CVM americana, de que irá modificar sua política de preços.
Esse aviso serve para evitar infringir o princípio sagrado da SEC, “Full and Fair Disclosure” (numa tradução livre, Transparência Justa e Completa), e inibir processos de investidores americanos, já que a Petrobras é negociada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
No momento em que termino este texto, o barril de petróleo tipo Western Texas Intermediate (WTI) está sendo negociado a US$ 102,22 na Nymex, uma queda de 5,60% sobre o fechamento de ontem.
Ou seja, nada de assustar os produtores nem de deixar os consumidores eufóricos.
Mas é um claro sinal de que há grande preocupação em evitar que os preços subam até 150 ou 200 dólares, como andou se falando nos últimos dias.
Ivan Sant’Anna, trader, escritor e colunista na InvPublicações.
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