O tamanho da mordida do streaming nos ibopes de Globo, SBT e Record
Um levantamento obtido com exclusividade por O Antagonista traduz em números o impacto das plataformas de streaming em um dos horários mais valorizados da TV: o da novela "Um Lugar Ao Sol", carro-chefe da dramaturgia da TV Globo...
Um levantamento obtido com exclusividade por O Antagonista traduz em números o impacto das plataformas de streaming em um dos horários mais valorizados da TV: o da novela “Um Lugar Ao Sol”, carro-chefe da dramaturgia da TV Globo.
Na última quinta-feira, em São Paulo, 13,9% dos aparelhos de TV ligados entre 21h31 e 22h40, intervalo em que “Um Lugar Ao Sol” foi ao ar, estiveram à disposição de Netflix, Amazon Prime, HBO Max, Globoplay, YouTube, Star Plus, Disney Plus, Starz ou outro aplicativo do tipo. Em números absolutos, isso equivale a 8,9 pontos de audiência a menos para as emissoras abertas e pagas do mercado. Ou: quase dois milhões de espectadores por minuto.
Como a pesquisa é, por enquanto, incapaz de apontar qual aplicativo está em uso nos televisores pertencentes à amostra da pesquisa, não há possibilidade de cotejar com exatidão quem tem mais audiência no universo do entretenimento on-demand. É, por outro lado, possível apontar que esse conjunto de plataformas já vislumbra o terceiro lugar em audiência, pois apenas “Um Lugar Ao Sol” (22) e as atrações da Record (9,5) consolidaram mais de 8,9 pontos na faixa das 21h31 às 22h40. O SBT, outrora campeão da vice-liderança, marcou 7,6 pontos no recorte em questão, atrás até da claudicante TV paga (8).
Financeiramente, esses números ainda significam pouco para as emissoras de TV. Exceção feita ao YouTube, nenhum player do streaming comercializa intervalos comerciais. O que assusta os executivos de Globo, SBT, Record, Band e RedeTV! é a possibilidade das plataformas incluírem propagandas durante as atrações em troca de descontos nos planos de assinatura. Estudos nesse sentido estão em pauta na maioria das gigantes do entretenimento on-demand, que admitem até a linearização do conteúdo para engordar o lucro ––em 2020, a França serviu de balão de ensaio para o Netflix Direct, que exibe produções com hora marcada, a exemplo da TV paga.
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