Líder da frente agropecuária prevê inflação dos alimentos e defende exploração mineral
O deputado Sérgio Souza (foto), do MDB do Paraná, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, disse a O Antagonista que produtores brasileiros estão "preocupadíssimos" com os impactos da guerra na Ucrânia na próxima safra. Pelo menos 70% dos insumos usados para aumentar a produtividade do solo vêm do exterior e a Rússia é a principal fornecedora...
O deputado Sérgio Souza (foto), do MDB do Paraná, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, disse a O Antagonista que produtores brasileiros estão “preocupadíssimos” com os impactos da guerra na Ucrânia na próxima safra.
Pelo menos 70% dos insumos usados para aumentar a produtividade do solo vêm do exterior e a Rússia é a principal fornecedora.
“Na Rússia, estão os nossos maiores fornecedores de potássio, nosso principal fertilizante. Se vem um embargo econômico sobre a Rússia, vamos comprar de onde? Tem alguma coisa no Canadá, alguma coisa na Alemanha. Mas os produtores estão preocupadíssimos: não sabem se vão ter fertilizante para plantar. Se tiverem, por qual preço?”
Souza disse que produtores não deixarão de plantar, mas poderão produzir menos em razão da escassez de fertilizantes ou dos preços que serão cobrados. Ele aproveitou a situação para defender a exploração mineral no Brasil.
“A nossa saída é agilizarmos a exploração no Brasil, mas isso não causará efeito imediato. Vai demorar, no mínimo, dois ou três anos para se concretizar. Até lá, quem pagará a conta é o consumidor.”
O próprio Jair Bolsonaro tem igualmente usado a guerra na Ucrânia para defender a mineração em terras indígenas, como já registramos. No Congresso, governistas tentam agilizar a tramitação de um projeto que autoriza justamente atividades de mineração, agronegócio e de qualquer tipo de obra de infraestrutura em áreas demarcadas.
Segundo o líder da também chamada bancada ruralista, “essa é uma pauta que a gente está trabalhando há muito tempo”.
“Precisamos nos tornas independentes nessa questão dos fertilizantes. Para isso, é necessário um mecanismo legal de licenciamento ambiental. Mas não é só isso. Onde está a jazida? Como você vai explorar? Tem que fazer a estrada. Isso pode demorar uma década. E mais: quanto vai custar? Essa alternativa se torna economicamente viável ou é mais barato trazer o fertilizante do outro lado do mundo? Estamos trabalhando nisso”, acrescentou Souza.
O deputado afirmou que a alta nos preços dos alimentos é algo certo, pois, segundo ele, antes mesmo do início dos conflitos no leste europeu, o custo de produção, incluindo insumos e maquinários, já havia aumentado consideravelmente, em razão, por exemplo, da escalada do petróleo e dos combustíveis.
“Mesmo antes da guerra, o produtor já iria gastar duas ou três vezes para plantar neste ano, na comparação com a safra anterior. Isso ainda não chegou ao consumidor, mas vai chegar, não tem como ser diferente.”
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)