Embaixada em Kiev ignorou apelos de brasileiros antes de ataques russos
A embaixada do Brasil em Kiev ignorou apelos feitos por brasileiros na semana passada, antes dos ataques russos começarem, diz O Tempo. Prints obtidos pelo jornal mostram que cidadãos cobraram desde quinta (17) no Facebook um plano de evacuação e não receberam respostas...
A embaixada do Brasil em Kiev ignorou apelos feitos por brasileiros na semana passada, antes dos ataques russos começarem, diz O Tempo. Prints obtidos pelo jornal mostram que cidadãos cobraram desde quinta (17) no Facebook um plano de evacuação e não receberam respostas.
Um usuário da rede social escreveu na página oficial da embaixada do Brasil em Kiev: “Boa tarde, vocês precisam atualizar suas informações, algum plano de evacuação caso tenha uma invasão? O nós [sic] devemos fazer para sair do país? Segundo alguns sites, o tráfego aéreo vai ser interrompido na próxima semana”.
As únicas respostas no perfil oficial foram dadas por jornalistas e outros usuários, que mencionaram orientações de uma publicação de 11 de fevereiro.
“A Embaixada do Brasil em Kiev informa que continua a acompanhar a situação na Ucrânia, em permanente contato com o Itamaraty em Brasília e em próxima coordenação com as autoridades ucranianas e com a comunidade diplomática local. A Embaixada lembra que, em caso de emergência, divulgará alertas e transmitirá recomendações relevantes para a comunidade brasileira por meio de suas mídias sociais (Facebook e Twitter), sua página oficial (http://kiev.itamaraty.gov.br) e, se necessário, outros meios de comunicação”, diz a mensagem.
Dias depois, na segunda (21), a embaixada voltou a ser cobrada e respondeu: “A Embaixada do Brasil em Kiev se comunica com os brasileiros residentes na Ucrânia por intermédio das suas páginas na Internet, Facebook, Twitter e YouTube. Recentemente foi criado um novo canal no Telegram, a fim de diversificar ainda mais os canais de comunicação com a comunidade residente na Ucrânia.”
O grupo na rede social foi criado em 14 de fevereiro, e as mensagens começaram a ser publicadas no dia seguinte. Em 23 de fevereiro, às vésperas do início da guerra, a embaixada escreveu:
“Com relação aos desdobramentos dos últimos dois dias, a Embaixada reforça sua recomendação de atenção e para que sejam evitadas visitas às províncias ucranianas de Donetsk e Luhansk. Aconselha-se mais uma vez aos cidadãos que já estejam nessas regiões que considerem deixá-las sem demora.”
Apesar das queixas, o embaixador e secretário de Comunicação e Cultura do Ministério das Relações Exteriores, Leonardo Gorgulho, disse que foram feitos alertas graduais aos brasileiros na Ucrânia. Em relação às mensagens publicadas por usuários do Facebook, ele disse:
“Recomendou-se que os brasileiros evitassem Donetsk e Luhansk, saíssem de lá. Alertou-se para a possibilidade de cancelamento de voos para saída do país, de forma que a coisa estava sendo feita de forma gradual em contato com outras embaixadas em Kiev e desde ontem [quarta-feira, dia 23] passou-se à implementação de algum plano de contingência”.
Como mostramos, o deputado federal Ricardo Silva (PSB-SP) apresentou hoje um pedido de convocação do ministro das Relações Exteriores, Carlos França, para que ele explique aos parlamentares a operação de resgate de brasileiros na Ucrânia.
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