A aposta de Bolsonaro nas ‘jegueatas antipetistas’
Como noticiamos há pouco, a avaliação negativa do governo de Jair Bolsonaro (foto) no Nordeste subiu de 56% para 61% entre janeiro e fevereiro, de acordo com a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (9). A queda na popularidade do presidente na região afasta dele, claro, até parlamentares da base aliada...
Como noticiamos há pouco, a avaliação negativa do governo de Jair Bolsonaro (foto) no Nordeste subiu de 56% para 61% entre janeiro e fevereiro, de acordo com a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (9).
A queda na popularidade do presidente na região afasta dele, claro, até parlamentares da base aliada. Na passagem de Bolsonaro por Pernambuco ontem, por exemplo, o dirigente estadual do PL — partido do presidente –, Anderson Ferreira, prefeito de Jaboatão dos Guararapes, não apareceu.
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O Antagonista já noticiou que a intenção destas novas viagens de Bolsonaro ao Nordeste é tentar recuperar o sentimento antipetista de 2018. Hoje, o presidente participou de uma “jegueata” com cavalos no Rio Grande do Norte.
“O sentimento de antipetismo ainda existe, mas muito menor que em 2018, especialmente no Nordeste. A presença do Bolsonaro não muda esse cenário”, disse a este site o senador Alessandro Vieira (Cidadania), de Sergipe. “Bolsonaro gerou um sentimento de decepção no eleitorado”, acrescentou ele, ainda pré-candidato do seu partido ao Planalto.
O senador Styvenson Valentim (Podemos), do Rio Grande do Norte, apoiador da candidatura de Sergio Moro, afirmou não se tratar mais de petismo ou antipetismo, mas de compreender que a pauta do combate à corrupção foi “esvaziada”. “Se o próprio Bolsonaro ou o Moro vai conseguir reacender na memória dos brasileiros o quão corrosivo é para uma nação manter nomes desgastados pela corrupção na política, dependerá da população despertar para o tema”.
Um outro senador do Nordeste, de partido que compõe a base do atual governo, disse pedindo reserva: “É fome. As pessoas estão com fome. As pessoas querem voltar a fazer a feira, não estão preocupadas com petismo ou antipetismo”. Um deputado da Bahia acrescentou, concordando: “Nas ruas, não tem mais essa discussão sobre partido: as pessoas querem melhorar a vida delas e avaliam que, com o Bolsonaro, piorou”.
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O senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, disse que Bolsonaro pode ir “mil vezes” ao Nordeste que será “praticamente impossível reverter a rejeição e aumentar popularidade”. “Ele desmereceu o povo nordestino em várias ocasiões, com declarações inadequadas e preconceituosas. E não tem uma obra iniciada aqui”. Na Bahia, o PSD, de Gilberto Kassab, é historicamente aliado do PT.
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