O médico Drauzio Varella (foto), em artigo na Folha de S.Paulo, fez duras críticas ao governo em relação à imunização.

Para ele, “criar obstáculos para imunizar nossas crianças, no momento em que se dissemina uma variante tão contagiosa, é muito mais do que falta de escrúpulos, é crime“. 

“As vacinas, no entanto, foram aprovadas a partir de estudos nos quais demonstraram capacidade de evitar internações hospitalares e mortes. Não tiveram sua eficácia avaliada na prevenção das infecções pelo vírus. O esforço mundial é o de imunizar o maior número possível de pessoas, para impedir que desenvolvam as formas graves da doença e reduzir o risco de surgir variantes mais agressivas”, disse.

De acordo com Drauzio, “temos que lidar com um presidente considerado negacionista, quando na verdade é um ativista empenhado de corpo e alma em disseminar a epidemia e em impedir que os brasileiros se vacinem”.

No artigo, o médico lembra que, no ano passado, em obediência a ordens presidenciais, o general Eduardo Pazuello, então ministro da Saúde, ignorou as ofertas de vacinas da Pfizer. E só começou a imunização quando Jair Bolsonaro percebeu a desvantagem eleitoral com o governador de São Paulo.

Ainda segundo Varella, o atual ministro, Marcelo Queiroga, inventou a mentira de haver dúvidas sobre a segurança da vacina em adolescentes, com o objetivo de adiar ao máximo a imunização na faixa de 12 a 18 anos.

Nas palavras de Dráuzio Varella, “o mesmo ministro não se envergonha de criar a palhaçada de uma consulta pública para avaliar a necessidade de imunizar crianças de cinco a 11 anos”.