Em artigo, estrategista de Crivella aconselha Huck e Bolsonaro
Marcelo Faulhaber conclui seu artigo no El País afirmando que "o camaleão" Luciano Huck é um "não-político de verdade", com chances reais de complicar a vida de Lula e Jair Bolsonaro...
Marcelo Faulhaber conclui seu artigo no El País afirmando que “o camaleão” Luciano Huck é um “não-político de verdade”, com chances reais de complicar a vida de Lula e Jair Bolsonaro.
E adverte de “erros fatais” que Huck e Bolsonaro precisam evitar durante a campanha.
“No caso de Bolsonaro, há três erros possíveis no horizonte: 1) Ele adotar um discurso liberal na economia – Bolsonaro não pode perder a imagem do militar nacionalista, defensor do Estado forte, que induz o crescimento econômico e que protegerá a população da ganância de grandes grupos empresariais;
2) Ele não suavizar um pouco sua retórica conservadora – ele precisa fazer isso para evitar o crescimento da candidatura Alckmin (ou Doria) e principalmente, para ter alguma chance de vitória no segundo turno;
3) Ele permitir que uma outra candidatura do seu campo, como, por exemplo, a do General Hamilton Mourão, ganhe força nos próximos meses.
No caso de Luciano Huck, há também três erros que podem inviabilizar o sucesso de sua jornada rumo ao Palácio do Planalto:
1) Ele ser identificado pelos eleitores, especialmente os mais pobres e a classe média, como o candidato dos ricos, do establishment, da Globo. Afinal, a revolta da população com os principais veículos de comunicação do país é tão grande quanto sua revolta com nossas elites políticas – não adianta surgir como um não-político e ao mesmo tempo, ser percebido como o candidato do grande baronato do crony capitalismbrasileiro;
2) Ele cair na armadilha, assim como Aécio fez em 2014, de bater em Lula. Aécio, incensado pelo establishment nacional e pelo tucanato paulista, não concentrou suas baterias sobre a presidente Dilma e seu governo, mas sobre Lula e o PT. Esse erro foi fatal na medida em que permitiu que os estrategistas do PT levassem o debate para a comparação dos 12 anos desse partido com os 8 anos de FHC. O fato é que milhões de brasileiros continuam extremamente gratos ao ex-presidente pela melhora histórica de suas condições de vida na década passada e o tempo tem nos mostrado que não há acusação, denúncia ou condenação capaz de mudar esse sentimento;
3) Ele não saber usar corretamente a estratégia do camaleão. No fundo, para ganhar essa eleição e fazer um governo histórico, será preciso que Luciano Huck seja mais coração e menos razão, que se guie mais por seus valores de homem de família que quer melhorar a vida das pessoas do que pela ideologia que há em sua cabeça.
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