Fiocruz: todas as vacinas aplicadas no Brasil mostraram efetividade
Um relatório da Fiocruz publicado nesta quinta (9) concluiu que as quatro vacinas contra a Covid usadas no Brasil mostraram efetividade para proteger a população. "Os resultados apontam que todas as vacinas estão conferindo grande redução do risco de...
Um relatório da Fiocruz publicado nesta quinta (9) concluiu que as quatro vacinas contra a Covid usadas no Brasil mostraram efetividade para proteger a população.
“Os resultados apontam que todas as vacinas estão conferindo grande redução do risco de infecção, internações e óbito por Covid-19 para a população brasileira. Para a população abaixo de 60 anos, todas as vacinas analisadas apresentaram proteção acima de 85% contra risco de hospitalização e acima de 89% para risco de óbito por Covid-19”, diz o relatório.
O estudo tem algumas limitações. Por exemplo, as vacinas da Pfizer e da Janssen foram aplicadas em uma parcela muito pequena da população mais idosa – que em sua enorme maioria recebeu Coronavac ou AstraZeneca. Já entre os menores de 20 anos mortes por Covid são muito raras, e portanto a amostra não é suficiente para analisar essa ocorrência.
A Coronavac apresentou uma proteção levemente menor contra infecção em relação às outras vacinas. Para os desfechos de óbito e hospitalizações a proteção foi de 89 a 95% e 85% a 91%, respectivamente. Para os eventos de infecção essa proteção oscilou entre 66% e 72%.
Na população de 60 ou mais anos, a Fiocruz observou “uma queda importante na efetividade” da Coronavac, que se acentua entre os maiores de 80 anos. Isso já tinha sido identificado em estudo preliminar, com resultados publicados em agosto.
“Neste grupo a proteção contra formas graves está em 64%, distante do limiar de 80% de proteção. Para este desfecho, conforme a faixa etária reduz, nota-se um aumento na efetividade das vacinas. Na faixa entre 70-79 e 60-69 anos a proteção foi de 77% e 81%, respectivamente. Para os eventos de infecção a proteção dos indivíduos entre 60-79 anos foi de 68%. Já nos indivíduos acima de 80 anos a efetividade observada foi de 61%”. Contra óbitos, a proteção foi de 86% (faixa dos 60 anos), 83% (faixa dos 70 anos) e 69% (faixa dos 80 anos).
A vacina da AstraZeneca, envasada pela Fiocruz, é a mais utilizada no país até agora. “Os resultados da análise de efetividade para a população adulta até 59 anos mostraram alta proteção contra óbitos (99%), e para os outros desfechos, hospitalizações e infecções essa proteção variou entre 97-99% e 88%-92%, respectivamente”, escreveu a Fiocruz sobre a vacina envasada no Rio.
Na população com 60 ou mais anos, há uma queda na efetividade, embora um tombo menor que o da Coronavac. “No grupo de pessoas entre 60-69 anos a proteção contra infecção foi de 89%, para 70-79 anos caiu para 84%, chegando a 82% nos indivíduos acima de 80 anos. Em relação às hospitalizações, os indivíduos entre 60-69 tiveram uma proteção de 96%, entre 70-79, 90% e para os idosos acima de 80 anos a proteção chegou a 87%. Quando analisamos os óbitos a queda na efetividade também acompanhou o aumento da faixa etária, sendo que os indivíduos acima de 80 anos tiveram uma proteção de 91%, um pouco menor do que as outras faixas entre 70-79 anos (93%) e 60-69 anos (97%)”.
A análise de efetividade para a população adulta de até 59 anos que recebeu a vacina da Pfizer mostrou que em todas as faixas etárias estudadas a proteção manteve-se acima de 96%. A proteção contra óbito e internação por Covid nesse grupo foi de 99%. Não foi possível calcular a efetividade contra todos os desfechos nos maiores de 60 anos.
Na análise de efetividade adultos de até 59 anos que receberam a vacina da Janssen foi encontrada proteção contra óbito entre 78% e 94%, contra hospitalização entre 88% e 91% e a proteção contra infecção foi de 68% a 73%.
A Fiocruz destacou ainda outras limitações do próprio estudo:
“Os grupos de comparação são previamente balanceados e não são randomizados, por isso a exposição ao fator de proteção (vacinação) e ao risco de contágio são variáveis controladas. As vacinas foram aplicadas em ritmos diferentes, na medida da sua disponibilização pela Campanha de Vacinação, e isso acarretou que os diversos grupos prioritários e faixas etárias recebessem vacinas diferentes ao longo do tempo.
O risco de contágio variou ao longo do tempo no ano de 2021, sendo mais intenso no primeiro semestre do ano, quando a população mais idosa foi priorizada. Além disso, o tempo de seguimento do grupo mais idoso também é maior. Assim, se há perda do efeito protetor ao longo do tempo, ele aparecerá de forma mais destacada neste grupo. É importante ressalvar que a Pfizer além de ter sido administrada na população mais jovem, a segunda dose desta vacina foi administrada em um momento epidêmico mais favorável, com menor circulação do vírus, conforme apresentamos nas informações suplementares”.
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