19.11.2021
“Mulher de César tem que parecer honesta”, diz Pastore, sobre Campos Neto e Esteves
Em entrevista ao Papo Antagonista, Affonso Celso Pastore, guru econômico de Sergio Moro, comentou o episódio em que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, telefonou para o banqueiro André Esteves para pedir uma sugestão sobre a taxa básica de juros...
Em entrevista ao Papo Antagonista, Affonso Celso Pastore, guru econômico de Sergio Moro, comentou o episódio em que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, telefonou para o banqueiro André Esteves para pedir uma sugestão sobre a taxa básica de juros.
Pastore, que já presidiu o BC, defendeu que esse tipo de diálogo precisa ser público e citou um episódio que viveu quando seu amigo Ilan Goldfajn presidia a autoridade monetária.
“Todo presidente do Banco Central tem uma agenda pública. Eles fazem questão de deixarem públicos todos os contatos que eles têm. Tenho um amigo meu que virou presidente do Banco Central, com muito maior sucesso do que eu, que é o Ilan Goldfajn. Eu fui a Brasília por uma outra razão, liguei para o Goldfajn e falei ‘vamos jantar hoje’, ‘vamos’. Quando fui olhar na agenda do Ilan, tava lá na agenda do Ilan que ele estava jantando conosco naquela noite no restaurante tal e etc.”
Segundo Pastore, não basta que o presidente do BC pareça honesto.
“Isso tem a ver com aquela história da mulher de César. Eu não tenho nenhuma razão para dizer que ela não é honesta. Eu não tenho nenhuma razão para acusar o presidente Campos Neto de não ser. Mas foi um descuido. Essas coisas têm que ser muito mais transparentes.”