Fábio Faria, o ministro da Propaganda
Em 2021, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, não parou de bajular e defender Jair Bolsonaro de toda e qualquer crítica. O ministro da Propaganda, como também é chamado, viveu um ano eleitoral antecipado ao lado do presidente. Faria esteve sempre ao lado de Bolsonaro em suas viagens pelo país, sobretudo ao Rio Grande do Norte, por motivos pessoais. Uma das opções do ministro é se lançar candidato ao Senado pelo estado. A outra seria uma candidatura a vice na chapa do presidente...
Em 2021, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, não parou de bajular e defender Jair Bolsonaro de toda e qualquer crítica.
O ministro da Propaganda, como também é chamado, viveu um ano eleitoral antecipado ao lado do presidente. Faria esteve sempre ao lado de Bolsonaro em suas viagens pelo país, sobretudo ao Rio Grande do Norte, por motivos pessoais.
Uma das opções do ministro é se lançar candidato ao Senado pelo estado. A outra seria uma candidatura a vice na chapa do presidente.
No início do ano, à medida que os números da pandemia voltavam a subir, Faria tentava, sem sucesso, conter os ataques de Jair Bolsonaro a medidas sanitárias e às vacinas.
O presidente e o Ministério das Comunicações tiveram que reinventar suas narrativas depois que o governo comprou 100 milhões de doses da Coronavac, a “vacina chinesa de João Doria“.
Segundo o novo discurso, repetido por Faria, Bolsonaro sempre disse que iria comprar qualquer vacina que fosse aprovada pela Anvisa, o que evidentemente é mentira.
Com a queda da popularidade do presidente, o ministro das Comunicações começou a se desentender com o então chefe da Secom, Fabio Wajngarten. De acordo com Faria, o secretário não prestava conta de seus serviços, como tivesse “voo próprio”.
A gota d’água foi quando, sem autorização, Wajngarten cobrou do então presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, um financiamento à Band de R$ 100 milhões em anúncios.
Em março, Bolsonaro exonerou o chefe da Secom. Wajngarten saiu insatisfeito do governo e, mais tarde, viria a denunciar a “incompetência” de integrantes do Ministério da Saúde, em entrevista. As declarações fariam com que o secretário fosse chamado a depor na CPI da Covid.
O almirante Flávio Rocha, que atuava na Secretaria de Assuntos Estratégicos, foi escolhido para comandar a Secom.
Logo em uma das primeiras sessões da CPI, ficou claro como o governo iria alimentar sua tropa de choque de senadores com suas narrativas, para ter certeza de que eles iriam repetir exatamente os argumentos aloprados de Jair Bolsonaro.
Durante o depoimento de Luiz Henrique Mandetta, o então senador Ciro Nogueira leu uma mensagem que o ex-ministro da Saúde disse ter recebido de Fábio Faria via WhatsApp na noite anterior — a mensagem tinha o objetivo de constranger Mandetta e foi enviada por engano a ele. Os destinatários eram senadores aliados na CPI.
Em maio, Faria recebeu um convite do PP para se filiar ao partido. No PSD, seu antigo partido, a avaliação é de que o ministro se tornou “bolsonarista sem volta”.
No PP, Faria teria liberdade para promover sua candidatura ao Senado pelo Rio Grande do Norte e ainda ficaria à disposição para ser vice de Bolsonaro.
Em agosto, a Câmara aprovou o projeto que abre caminho para a privatização dos Correios. O texto, que havia sido enviado pelo governo em fevereiro, prevê que a empresa seja transformada em companhia de economia mista.
A estimativa de Faria é que a privatização seja concretizada em julho de 2022, levando-se em conta o tempo necessário para aprovação da proposta no Congresso e avaliação do edital pelo TCU.
Em novembro, o leilão do 5G finalmente saiu do papel. A nova tecnologia de telefonia móvel movimentou R$ 47 bilhões, com quase todos os lotes arrematados.
Claro, Vivo e TIM arremataram o lote principal, de abrangência nacional. No âmbito regional, Sercomtel e Algar Telecom levaram seus lotes. Outras seis novas operadoras também conseguiram entrar no mercado, Winity II, Brisanet, Consórcio 5G Sul, Neko, Fly Link, Cloud2u.
“Foram quinze meses de trabalho intenso para que a gente pudesse trazer de fato o 5G para o Brasil”, celebrou Faria.
Trabalho intenso que teve uma pausa breve quando ele se hospedou num hotel-boutique de Nova York, pago com dinheiro público, como revelou a Crusoé.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)