Bolsonaro revoga medalha a pesquisador que mostrou riscos da cloroquina
O presidente Bolsonaro revogou nesta sexta (5) as medalhas do Mérito Científico concedidas ontem aos pesquisadores Marcus Lacerda e Adele Benzaken, ambos da Fiocruz Amazônia. A revogação foi publicada no Diário Oficial...
O presidente Bolsonaro revogou nesta sexta (5) as medalhas do Mérito Científico concedidas ontem aos pesquisadores Marcus Lacerda e Adele Benzaken, ambos da Fiocruz Amazônia.
A revogação foi publicada no Diário Oficial.
Marcus Lacerda liderou um estudo sobre o uso de cloroquina em pacientes com Covid ainda no início da pandemia. Em abril de 2020, a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil do Amazonas informaram investigar ameaças de morte a Lacerda, após dados preliminares do estudo apontarem que uma alta dose de cloroquina é muito tóxica para pacientes em estado grave.
O estudo da equipe de Lacerda foi publicado ainda em abril de 2020 na JAMA, uma das principais revistas científicas do mundo.
Bolsonaro também cancelou a medalha destinada à pesquisadora Adele Benzaken. Ela foi demitida em janeiro de 2019, no começo do governo, da diretoria do então Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) do Ministério da Saúde. Na época, Benzaken contou à imprensa ter sido demitida por causa da publicação da cartilha “Homens Trans: vamos falar sobre prevenção de infecções sexualmente transmissíveis?”.
Em maio de 2019, decreto de Bolsonaro mudou o nome do departamento para Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis.
No fim de 2018, já anunciado como ministro da Saúde, Mandetta deu entrevista em que disse o governo precisava adotar políticas de prevenção de ISTs [Infecções Sexualmente Transmissíveis] “sem ofender as famílias, sem ofender aqueles que entendem que isso possa ser uma invasão do Estado em seu ambiente familiar”.
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