Mudança no teto leva a caminho ‘quase desastroso’, diz Meirelles
Responsável por propor o teto dos gastos quando ministro da Fazenda, o atual secretário estadual da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles (foto), disse ao Estadão que a mudança na correção do teto visando abrir espaço para o Auxílio Brasil é péssima notícia para o país...
Responsável por propor o teto dos gastos quando ministro da Fazenda, o atual secretário estadual da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles (foto), disse ao Estadão que a mudança na correção do teto visando abrir espaço para o Auxílio Brasil é péssima notícia para o país.
Para Meirelles, a decisão é grave e tem impacto direto na credibilidade do país, e a saída de Bruno Funchal e outros três secretários da Economia, anunciada nesta quinta (21), é sintomática.
“Espero que a saída do secretário chame a atenção de algumas pessoas. Os mercados estão dando sinal muito claro do que é inaceitável”, afirmou o ex-ministro.
Meirelles argumenta ainda que há um conjunto de fatores —começando com a possibilidade aberta pelo governo de não pagar à vista a conta de precatórios e se estendendo à negociação de alteração no teto para incluir o Auxílio Brasil— que afetam a confiança no compromisso fiscal.
“É um conjunto (…) que tira a credibilidade da equipe econômica. Temos um símbolo forte com a saída dos secretários. Eles tinham um compromisso de cumprir com o regime fiscal e isso não está sendo feito. Eles não tinham mais o que fazer lá.”
O secretário também afirmou que a mudança no teto leva o país para um caminho “quase desastroso” e que, quando foi implantada, a medida ajudou o país a recuperar a credibilidade depois de uma recessão —entre junho de 2015 e maio de 2016— pior que a causada pela Covid. “O teto de gastos foi fundamental para reverter a situação.”
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