A redenção de Flávio Bolsonaro; Confira A redenção de Flávio Bolsonaro; Confira
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A redenção de Flávio Bolsonaro

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Redação O Antagonista
6 minutos de leitura 23.12.2021 09:00 comentários
Brasil

A redenção de Flávio Bolsonaro

Denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, Flávio Bolsonaro começou 2021 com a expectativa de que o foro privilegiado, reconhecido pela 3ª Câmara Criminal do TJ-RJ em 2020, pudesse salvá-lo. Em janeiro, o tribunal iria decidir se o processo das rachadinhas deveria então permanecer no Órgão Especial da Corte ou voltar para a primeira instância...    

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A redenção de Flávio Bolsonaro
Foto: Reprodução/Flickr

Denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, Flávio Bolsonaro começou 2021 com a expectativa de que o foro privilegiado, reconhecido pela 3ª Câmara Criminal do TJ-RJ em 2020, pudesse salvá-lo.

Em janeiro, o tribunal iria decidir se o processo das rachadinhas deveria então permanecer no Órgão Especial da Corte ou voltar para a primeira instância.

Três dias antes do julgamento, Flávio foi visto ao lado de Frederick Wassef, advogado dos Bolsonaro, no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

Essa foi a primeira vez que eles foram vistos juntos desde que Fabrício Queiroz foi encontrado na casa de Wassef em Atibaia. O advogado, até então, tentava mostrar distância da família do presidente. O episódio, no entanto, indicou que eles nunca se afastaram.

De última hora, Gilmar Mendes suspendeu o julgamento. O ministro determinou que o TJ paralisasse o processo enquanto o STF não decidisse sobre o caso, já que havia uma ação com o mesmo tema tramitando na Corte.

Em fevereiro, a Quinta Turma do STJ anulou a quebra dos sigilos de Flávio no caso das rachadinhas. Com a decisão, os dados obtidos pelo MP-RJ perderam a validade como provas na denúncia apresentada.

Com a anulação, o Ministério Público do Rio decidiu que seria melhor refazer parte da investigação, para evitar que a denúncia fosse rejeitada.

Em meio à batalha jurídica, Flávio comprou uma mansão. O Antagonista revelou com exclusividade , em março, que o filho 01 do presidente adquiriu um imóvel de quase R$ 6 milhões no Lago Sul, em Brasília. O valor, coincidentemente, é o mesmo que o esquema de rachadinha no antigo gabinete de Flávio teria desviado, segundo o MP-RJ.

Por motivo insondável, em vez de procurar um cartório da capital, o senador optou por lavrar a escritura de compra num serviço notarial de Brazlândia, a cerca de 45 km da capital. Parte da aquisição foi financiada por meio do Banco Regional de Brasília.

O senador afirmou que não houve qualquer irregularidade na compra e, como não podia deixar de ser, atacou a imprensa.

Diante dos recordes diários de mortes por Covid e do aumento da pressão sobre o governo de Jair Bolsonaro, o ministro do STF Luís Roberto Barroso determinou que Rodrigo Pacheco instalasse a CPI em abril.

Flávio, que inicialmente não era membro da comissão, comparecia de vez em quando, para ajudar a tropa de choque do presidente a tumultuar as sessões.

Durante a ida de Fabio Wajngarten à CPI, em maio, o senador se juntou a Marcos Rogério e sua turma para tentar evitar a prisão do depoente. Flávio e Renan Calheiros trocaram ofensas e chamaram um ao outro de “vagabundo”.

O filho do presidente também compareceu aos depoimentos de Marcelo Blanco, ex-assessor do Ministério da Saúde, de Airton Cascavel, ex-assessor de Eduardo Pazuello, e de Ricardo Barros, líder do governo na Câmara.

Em setembro, o senador passou a integrar a comissão como suplente, depois que Ciro Nogueira aceitou o convite de Jair Bolsonaro para assumir a Casa Civil.

Na busca de Jair Bolsonaro et caterva por um partido para disputar as eleições de 2022. Flávio começou a negociar com o nanico Patriota. O presidente exigia ter a “chave do cofre” da legenda. Apesar de grande parte dos integrantes do Patriota ser contra a filiação, o presidente do partido, Adilson Barroso, deu um golpe para aprovar um novo estatuto que abriria caminho para Bolsonaro.

Flávio, que estava no Republicanos, filiou-se, então, ao Patriota, e a ideia era que o presidente fizesse o mesmo na sequência. Adilson Barroso, no entanto, foi suspenso pelos demais integrantes do partido e, depois, afastado pela Justiça Eleitoral.

Ovasco Resende, que assumiu a presidência em seu lugar, vetou a possibilidade de filiação do presidente, que teve de buscar um novo partido.

Em paralelo, Flávio Bolsonaro estava de olho na aposentadoria do ministro do STF Marco Aurélio Mello e na indicação de seu substituto.

O filho do presidente era um defensor do nome de Humberto Martins, presidente do STJ. O senador acreditava que o terrivelmente evangélico André Mendonça pudesse votar contra ele em casos de seu interesse que tramitam na Corte.

Mendonça acabou sendo escolhido por Bolsonaro em julho. O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre, ficou sentado sobre a indicação durante meses, mas o nome foi aprovado no fim de novembro.

Em outubro, a Crusoé revelou que, assim como Michelle Bolsonaro, Flávio também direcionou recursos da Caixa a aliados. Segundo a revista, dos R$ 87,5 milhões gastos com patrocínio em 2021, R$ 50 milhões têm a digital do 01.

Por intermédio do filho do presidente, a Confederação Brasileira de Ginástica recebeu R$ 30 milhões do banco estatal.

No relatório final da CPI da Covid, Renan Calheiros pediu o indiciamento do senador por advocacia administrativa, incitação ao crime e improbidade administrativa.

Em novembro, o STJ anulou todas as decisões do juiz Flávio Itabaiana no caso das rachadinhas, as provas obtidas pelo Ministério Público do Rio e fez a investigação voltar à estaca zero. Para fechar o ano do 01 com chave de ouro, dias depois a Segunda Turma do Supremo manteve o foro privilegiado do senador, concluindo um julgamento que estava parado havia 16 meses.

Em 30 de novembro, Jair Bolsonaro finalmente se filiou a um novo partido para disputar as eleições de 2022, o PL do mensaleiro Valdemar Costa Neto. Flávio acompanhou o pai e deve passar a comandar as decisões sobre filiações e candidaturas no Rio de Janeiro.

O filho do presidente passou então a relativizar o passado de Valdemar.

“Isso é cicatriz, ele já pagou o que tinha que pagar. Está quite, zerado. Qualquer partido vai ter problemas. Eu não passei o que passei? Sou bandido por causa disso?

Não é preciso responder.

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