Como bolsonaristas sabotaram vacinação de adolescentes
Influenciadores bolsonaristas usaram versões antigas e fora de contexto de documentos do Ministério da Saúde para tentar convencer o público de que a pasta não autorizou a vacinação de adolescentes, o que é falso...
Influenciadores bolsonaristas usaram versões antigas e fora de contexto de documentos do Ministério da Saúde para tentar convencer o público de que a pasta não autorizou a vacinação de adolescentes, o que é falso.
Em 14 de agosto, o ministério publicou a 10ª versão do “Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19”. Diz o texto, dando margem para deturpações:
“Até o momento, no Brasil, a vacinação contra a Covid-19 não está indicada para indivíduos menores de 18 anos.”
O mesmo texto traz mais adiante um esclarecimento importante: os adolescentes sem comorbidades serão vacinados, assim que todos os adultos receberem a 1ª dose.
Em 2 de setembro, saiu a nota técnica nº 36, incluindo formalmente todos os adolescentes no programa nacional de imunização, a partir de 15 de setembro:
O Antagonista questionou o Ministério da Saúde na terça-feira (14) sobre o caso. A pasta reiterou que a nota técnica publicada no dia 2 estabelecia o início da imunização de todos os adolescentes a partir de 15 de setembro.
Como mostramos há pouco, também na terça, Jair Bolsonaro cobrou Queiroga sobre a vacinação de adolescentes depois de acompanhar uma crítica ao vivo no programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan.
Na ocasião, foi citado o trecho do “Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19” em questão – fora de contexto, como mostramos, sem referência ao trecho que previa a vacinação de todos os adolescentes depois de aplicada a 1ª dose nos adultos.
Bolsonaro ligou para Queiroga e pediu que ele explicasse o caso. O ministro enviou um áudio ao programa afirmando apenas que adolescentes com comorbidades seriam imunizados.
“Em relação à vacinação contra a Covid-19 para adolescentes, existe uma lei, aprovada pelo Congresso Nacional, que coloca como grupo prioritário adolescentes, desde que haja a aprovação da Anvisa e dentro da regulação do Ministério da Saúde. Em função dessa legislação, o Ministério da Saúde incluiu como grupo prioritário os adolescentes que têm comorbidades. Então, esses que têm comorbidades utilizarão a vacina Pfizer, que é a vacina que tem registro na Anvisa e está aprovada para essa finalidade.”
Ao anunciar a suspensão da vacinação de menores de 18 anos sem comorbidades, Queiroga afirmou: “Nós temos essas crianças e adolescentes que tomaram essas vacinas que não estavam recomendadas para eles”.
A nova nota técnica que excluiu os adolescentes sem comorbidades do programa não tem nenhuma justificativa para isso.
Leia também: Queiroga critica municípios por já terem vacinado 3,5 milhões de adolescentes
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