Agamenon: O corno-do-mato
Que tinha muito maluco no Brasil a gente já sabia, a gente só não sabia que eram tantos. Na semana passada, em Brasília e São Paulo, assistimos a uma espécie de Woodstock sem maconha, mas mesmo assim estava todo mundo muito doidão...
Que tinha muito maluco no Brasil a gente já sabia, a gente só não sabia que eram tantos. Na semana passada, em Brasília e São Paulo, assistimos a uma espécie de Woodstock sem maconha, mas mesmo assim estava todo mundo muito doidão. Só não tacaram fogo no STF —Supremo Tribunal de Fogo— porque não tinha ninguém dentro.
A maior parte dos malucos é formada de caipiras plantadores de soja e motoristas de caminhão. Que sertanejo universitário é esse, meu Deus? Esses caras não aprendem nada? Nem a falar português?
Os representantes do ogronegócio são cornos por natureza; basta escutar as suas canções chifrosas. Por isso, querem prestar solidariedade ao presidente Jair Imbessias Bolsonaro, que ficou sabendo que havia sido traído pela mulher durante o segundo casamento. Quem lhe deu a triste notícia foi o Rubinho Barrichello.
Inconformado com a cornidão tardia e que já tinha sido aprovada pelo Congresso por decurso de prazo, Bolsocorno quis botar a culpa da traição no Poder Judiciário, em particular no juiz Alexandre de Moraes, o Kojak. Bolsonaro acha que o chifre eletrônico é passível de fraude, não pode ser auditado e quer porque quer a volta do chifre por escrito na boca da urna.
Mas tem também os caminhoneiros. Imaginem agora o Brasil sendo dirigido por motoristas de caminhão? O país vai continuar descontrolado descendo a ladeira, só que agora na “banguela”, que é para economizar “as lona dos breque”.
A reinvindicação dos manifestantes é muito simples: eles acham que a democracia acaba com a liberdade deles de fazer o que eles quiserem. Em vez de plantar soja, eles deveriam plantar batatas. O Zé Dirceu deles é o Zé Trovão, só que em vez de fugir pra Cuba Zé Trovão preferiu se esconder no México.
Para quem não sabe, Zé Trovão era um personagem de novela da Rede Manchete, do meu amigo Adolpho Bloch. A novela acabou, a Rede Manchete faliu, o Adolpho morreu. Isso seria uma espécie de “não vale a pena ver de novo”, uma última jogada do Adolpho?
As coisas estão alucinadas no Brasil de um jeito jamais visto. A situação é tão bizarra que chamaram o Michel Temer para dar uma ordem e moralizar tudo. Vejam bem, Michel Temer virou a “reserva moral” do país. A que ponto chegamos!
O Lula, animado com a repercussão das fotos de calção ao luar, pediu ao Gabeira uma sunga emprestada, para mostrar o resultado da harmonização genital que acabou de fazer para a campanha de 2022.
Mas o resto, graças a Deus, vai normal: inflação, desemprego, pandemia, queimada no mato, seca no rio. E assalto na esquina, porque também ninguém é de ferro.
Agamenon Mendes Pedreira é semicorno.
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