Aras sobe no muro e cita Ulysses, sobre Constituição: “Divergir, sim; afrontá-la, nunca”
Reconduzido com apoio de Jair Bolsonaro ao comando da Procuradoria Geral da República há duas semanas, Augusto Aras manteve tom protocolar no discurso que fez há pouco, no plenário do Supremo. Defendeu as manifestações de fanáticos bolsonaristas como "exemplo de sociedade plural e aberta", sem mencionar as falas do presidente da República pregando a desobediências a decisões judiciais...
Reconduzido com apoio de Jair Bolsonaro ao comando da Procuradoria Geral da República há duas semanas, Augusto Aras manteve tom protocolar no discurso que fez há pouco, no plenário do Supremo. Defendeu as manifestações de fanáticos bolsonaristas como “exemplo de sociedade plural e aberta”, sem mencionar as falas do presidente da República pregando a desobediências a decisões judiciais.
Referindo-se indiretamente à falácia bolsonarista de “luta pela liberdade”, Aras subiu no muro para dizer que “a voz das instituições também é liberdade” e devem ser tratadas com civismo. Discordâncias que forem além de manifestações críticas “merecem providências”, concluiu, sem avançar um milímetro.
“A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca”, filosofou o procurador-geral, reproduzindo declaração de Ulysses Guimarães ao promulgar a Constituição em 1988.
Antes de Aras, como registramos, Luiz Fux fez um discurso duríssimo em reação aos ataques de Bolsonaro, acusando o presidente da República, diretamente, de cometer “crime de responsabilidade”.
O presidente do Supremo jogou a responsabilidade de abertura do impeachment no colo de quem tem atribuição para tal, o presidente da Câmara. Arthur Lira, porém, preferiu omitir-se mais um vez.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)