Saiba tudo o que disse o reverendo Amilton de Paula à CPI
O reverendo Amilton de Paula prestou depoimento nesta terça-feira (3) à CPI da Covid. Ele é o fundador da ONG Senah, suspeita de intermediar o contato entre representantes da Davati e o Ministério da Saúde para a venda de imunizantes que não existiam...
O reverendo Amilton de Paula prestou depoimento nesta terça-feira (3) à CPI da Covid. Ele é o fundador da ONG Senah, suspeita de intermediar o contato entre representantes da Davati e o Ministério da Saúde para a venda de imunizantes que não existiam.
Amilton detalhou como teria conhecido Luiz Paulo Dominguetti e Cristiano Carvalho e disse que agiu por “motivos humanitários”.
O depoente chorou, pediu “desculpas ao Brasil” e foi pego mentindo.
Saiba tudo o que disse Amilton de Paula à CPI:
Contato com a Davati
- Amilton de Paula disse que teve uma reunião com o representante da Davati Luiz Paulo Dominguetti no dia 16 de fevereiro, em Brasília. Essa teria sido a primeira vez em que o reverendo teve contato com a oferta de 400 milhões de doses da AstraZeneca.
- O encontro teria ocorrido em nome da ONG de Amilton, a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, a Senah. Segundo ele, a entidade decidiu atuar no caso por “motivos humanitários”.
- Amilton afirmou que, depois da conversa com Dominguetti, enviou um email ao Ministério da Saúde tentando intermediar o contato entre a Davati e o governo.
Contato com o Ministério da Saúde
- Amilton de Paula disse que o email ao Ministério da Saúde foi enviado em 22 de fevereiro. No mesmo dia, menos de quatro horas depois, ele compareceu às sede da pasta, na Secretaria de Vigilância em Saúde, onde encontrou o então diretor Laurício Monteiro. O depoente afirmou que foi então orientado a procurar a Secretaria Executiva, em um outro email.
- Ele foi questionado pelos senadores sobre a facilidade com que conseguiu ser atendido por um diretor da pasta e negou que tivesse qualquer contato prévio com integrantes do governo.
- Em 2 de março, o reverendo teria comparecido à sede da pasta mais uma vez para apresentar a proposta da Davati. A ideia, segundo ele, seria ir acompanhado de Dominguetti, mas o representante da empresa teve problemas com seu carro.
- Em 12 de março, Amilton esteve no Ministério da Saúde pela terceira vez. Na ocasião, foi acompanhado de Dominguetti e Cristiano Carvalho, da Davati. Cerca de dez pessoas, como Elcio Franco, Coronel Pires e Helcio Bruno, também estavam presentes.
Ofertas
- Amilton de Paula disse que o valor inicial por dose oferecido pela Davati foi de US$ 3,97.
- Segundo ele, o preço foi alterado para US$ 3,50, depois, para US$ 17,50 e, por último, para US$ 11.
- O dono da Davati, Herman Cardenas, ofereceu os imunizantes ao governo por US$ 10 a dose, mas, segundo uma carta exibida pelo senador Randolfe Rodrigues, o reverendo pediu que o preço fosse aumentado em um dólar.
Desculpas
- Amilton de Paula disse que pensou em desistir de intermediar a negociação da Davati com o governo, mas foi convencido a continuar porque o dono da Davati garantiu que as vacinas existiam.
- O reverendo afirmou que se sentiu usado “de maneira ardilosa para fins espúrios”, chorou e pediu “desculpas ao Brasil”.
Senah
- O depoente tentou convencer os senadores de que a Senah não se envolveu na negociação de imunizantes a estados e municípios, mas foi confrontado com a informação de que a entidade procurou uma associação de prefeitos do Acre para oferecer vacinas da AstraZeneca.
- O reverendo admitiu que a admitiu que a ONG não é reconhecida pela ONU, pelo CNJ ou pela CNBB, como consta no contrato que assinou.
Mensagens a Dominguetti
- Amilton de Paula disse que as mensagens em que mencionou o contato com Jair Bolsonaro e com Michelle Bolsonaro eram apenas “bravatas”. O reverendo afirmou que não tinha convicação do que estava escrevendo.
- Em uma das conversas, Amilton afirmou que teria um encontro com o presidente no dia 15 de março. O reverendo disse que não compareceu por causa de problemas renais, mas não sabia se seu nome estaria na lista. Segundo ele, não passou de um ruído de comunicação.
Helcio Bruno
- Amilton de Paula afirmou que o coronel Helcio Bruno, do instituto Força Brasil, foi o responsável por intermediar a reunião do dia 12 de março no Ministério da Saúde.
- O reverendo disse que Helcio tentava “colaborar com o governo” em um projeto de lei para facilitar compra de vacinas por empresas.
Campanha presidencial de Jair Bolsonaro
- Amilton de Paula admitiu que participou da campanha presidencial de Jair Bolsonaro e que já foi filiado ao PSL.
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