Militares dizem que suposta ameaça de Braga Netto seria “voz isolada”
Nos bastidores, integrantes do Alto Comando das Forças Armadas têm buscado minimizar as manifestações recentes de Walter Braga Netto em apoio ao governo de Jair Bolsonaro. Parte da caserna sustenta que declarações e ações do general, um bolsonarista assumido, são iniciativas pessoais...
Nos bastidores, integrantes do Alto Comando das Forças Armadas têm buscado minimizar as manifestações recentes de Walter Braga Netto em apoio ao governo de Jair Bolsonaro.
Parte da caserna sustenta que declarações e ações do general, um bolsonarista assumido, são iniciativas pessoais. E acrescenta que, ainda que ele ocupe atualmente o cargo de ministro da Defesa, a sua postura não encontraria eco no Exército, na Aeronáutica e na Marinha.
Hoje, o Estadão revelou que Braga Netto teria feito uma ameaça em relação às eleições de 2022. Segundo o jornal, o general disse ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que, sem voto impresso, o pleito do ano que vem será anulado.
O Antagonista apurou que a informação intensificou o incômodo de parte dos militares de alta patente com a postura política de Braga Netto.
Em reservado, um deles disse que, a cada gesto do atual ministro no sentido de defender a todo custo Bolsonaro e o governo federal, as Forças Armadas acabam “dragadas” para o centro da crise política.
“Não vamos nos sujeitar a qualquer tipo de aventura golpista. Isso nunca foi discutido”, garantiu a fonte.
Militares alegam, porém, que não podem criticar publicamente Braga Netto, em razão do “respeito à hierarquia”.
No início deste mês, em sessão da CPI da Covid, o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD), disse que havia uma “banda podre” nas Forças Armadas. Braga Netto, no mesmo dia, divulgou uma nota — assinada também pelos comandantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha — considerando a declaração do senador “uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável”.
Já naquele episódio, militares da ativa e da reserva consideraram a reação do ministro da Defesa “despropositada” e encararam o texto divulgado mais como uma defesa pessoal do ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello do que como atitude institucional.
“O problema é que, cada vez mais, as pessoas estão ligando as Forças Armadas ao atual governo federal e isso não é bom”, afirmou a este site um general da ativa ligado à cúpula do Exército.
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