Humor do Senado em relação a Mendonça tem variado; Bolsonaro ainda não oficializou
Há uma movimentação intensa nos bastidores do Senado às vésperas de Jair Bolsonaro confirmar (ou não) a indicação de André Mendonça ao STF. Na semana passada, em reunião com ministros, como registramos, o presidente confirmou que vai indicar o nome do atual advogado-geral da União, mas ainda não houve oficialização. Em junho, noticiamos que Bolsonaro havia sido avisado de que Mendonça enfrentaria “trovoadas” no Senado, onde o nome precisa ser aprovado...
Há uma movimentação intensa nos bastidores do Senado às vésperas de Jair Bolsonaro confirmar (ou não) a indicação de André Mendonça ao STF.
Na semana passada, em reunião com ministros, como registramos, o presidente confirmou que vai indicar o nome do atual advogado-geral da União, mas ainda não houve oficialização.
Em junho, noticiamos que Bolsonaro havia sido avisado de que Mendonça enfrentaria “trovoadas” no Senado, onde o indicado precisa ser sabatinado e ter o nome aprovado.
Na última terça-feira (6), um senador disse a este site em reservado:
“Ele [Bolsonaro] vai indicar o Mendonça mesmo e queria que o Senado rejeitasse, para colocar os evangélicos contra a gente, dizer que o Senado rejeitou uma indicação dele e se vitimizar ainda mais. Não vamos morder a isca. Hoje, o Mendonça seria aprovado com maioria folgada.”
Agora, a situação está diferente.
“No início da semana passada, de fato, a aprovação do nome dele era algo bem tranquilo. Mas a semana terminou ruim para o Mendonça, que acaba ficando na mão do presidente”, disse um senador com trânsito em várias bancadas, referindo-se aos atritos entre o Senado e o Planalto em relação a indicações de outras autoridades (leia aqui um exemplo) e envolvendo as Forças Armadas e a CPI da Covid.
“O ambiente ficou muito desfavorável nos últimos dias”, afirmou outro senador da Mesa Diretora.
O Antagonista ouviu vários senadores que não querem se posicionar antes da confirmação da indicação pelo presidente da República.
Um governista disse que Mendonça, apesar de resistências, teria hoje pelo menos 50 votos e seria aprovado pelo Senado.
Quatro independentes disseram que votariam “sim”.
“Tenho muito receio de que, se ele não for aprovado, Bolsonaro indique alguém muito pior”, argumentou um deles.
Dois responderam que votarão contra a eventual indicação do “terrivelmente evangélico”. Um deles foi Jorge Kajuru (Podemos), que justificou assim: “Católico, evangélico, espírita não manda em meu voto. Eu não voto em nome de Jesus, eu voto em nome da nação brasileira. Não dá para votar em alguém que, quando advogado-geral da União, foi advogado do Bolsonaro. Não voto nele e minha decisão não tem nada a ver com religião”.
Mendonça já percebeu que a situação está diferente. Ele tem pedido novas conversas com senadores com os quais já se reuniu.
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