Empresário da Covaxin disse ter negociado linha de crédito com a Economia
Responsável por vender a vacina indiana Covaxin ao Ministério da Saúde a preço 1.000% mais alto que o estimado pelo próprio fabricante, Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, também mantinha relações no Ministério da Economia, relata o Estadão...
Responsável por vender a vacina indiana Covaxin ao Ministério da Saúde a preço 1.000% mais alto que o estimado pelo próprio fabricante, Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, também mantinha relações no Ministério da Economia, relata o Estadão.
Documentos sigilosos do Itamaraty, ao qual o jornal paulistano teve acesso, revelam que Maximiano afirmou em janeiro ter discutido com a pasta de Paulo Guedes a abertura de uma linha de crédito para clínicas privadas adquirirem vacinas no exterior.
“A ideia era usar dinheiro público para financiar a exportação de imunizantes que seriam vendidos no Brasil no momento em que havia uma corrida de governos do mundo todo”, escreve o Estadão.
A proposta de a iniciativa privada comprar vacinas contra Covid foi defendida por Guedes e por Jair Bolsonaro em janeiro deste ano. Na época, eles eram favoráveis ao repasse de parte das doses para a rede pública de saúde.
Um acordo para a compra de 5 milhões de doses da Covaxin chegou a ser anunciado naquele mês pela Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas, mas não foi para a frente por impedimentos legais.
Em março, o Congresso aprovou a lei que permitiu a compra de imunizantes pelo setor privado, mas ela prevê o repasse de 100% das doses para a vacinação na rede pública e proíbe a cobrança pela aplicação.
O telegrama da embaixada do Brasil na Índia que cita os contatos do dono da Precisa com o Ministério da Economia está em poder da CPI da Covid, que investiga possíveis vantagens financeiras de empresários na pandemia.
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