Governo ignorou Itamaraty e negociou Covaxin três vezes mais rápido que Pfizer
O governo de Jair Bolsonaro foi alertado diversas vezes pelo Itamaraty sobre incertezas em relação à eficácia e à segurança da vacina indiana Covaxin, segundo documentos da do Ministério da Saúde enviados à CPI e obtidos por O Globo...
O governo de Jair Bolsonaro foi alertado diversas vezes pelo Itamaraty sobre incertezas em relação à eficácia e à segurança da vacina indiana Covaxin, segundo documentos da do Ministério da Saúde enviados à CPI e obtidos por O Globo.
Apesar disso, o processo de aquisição do imunizante foi o mais rápido de todos.
Enquanto o período entre a negociação e a assinatura do contrato para aquisição da Covaxin levou 97 dias, o processo para compra do imunizante da Pfizer demorou 330 dias. Essa foi a única negociação que levou menos de 100 dias.
A Pfizer começou as tratativas com o Brasil em 22 de abril de 2020, mas só firmou contrato em 18 de março de 2021. A Covaxin começou a ser negociada depois, no dia 20 de novembro de 2020, mas o acordo foi fechado antes, no dia 25 de fevereiro de 2021.
Os problemas foram informados ao Itamaraty no mesmo período em que o presidente Jair Bolsonaro citava a vacina como uma das “escolhidas“ pelo governo brasileiro.
No dia 15 de janeiro, a embaixada brasileira em Nova Déli, na Índia, relatou questionamentos sobre o preço da Covaxin.
“Especialistas em saúde pública têm criticado o alto preço que o governo informou teria pagado por cada dose da vacina (USD 2,70 para Covishield, USD 4,10 para Covaxin), superior ao que os governos europeus estariam desembolsando pela vacina Oxford/Astrazeneca, sobretudo considerando-se os menores custos de fabricação na Índia.”
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