Exclusivo: negócio de mineração na plataforma continental atrai primo de André Mendonça
O Antagonista revelou no início da semana a sociedade de Itamar e João Roberto de Mendonça, tios de André Mendonça, com o advogado Jorge Vacite Neto e o pastor Michael Aboud, ligados a Silas Malafaia, defensor fervoroso da indicação do AGU para o Supremo Tribunal Federal. Criada no início do governo de Jair Bolsonaro...
O Antagonista revelou no início da semana a sociedade de Itamar e João Roberto de Mendonça, tios de André Mendonça, com o advogado Jorge Vacite Neto e o pastor Michael Aboud, ligados a Silas Malafaia, defensor fervoroso da indicação do AGU para o Supremo Tribunal Federal.
Criada no início do governo de Jair Bolsonaro, a empresa obteve licenças de pesquisa de grafeno junto à Agência Nacional de Mineração (ex-DNPM), mas não teria decolado por divergências entre os sócios.
Uma segunda reportagem mostrou que o irmão Alexandre de Almeida Mendonça também resolveu entrar no setor e conseguiu seis licenças de pesquisa em grafeno na região do Vale do Ribeira e na Bahia. A empresa canadense Sayoná Mining estaria interessada nas jazidas, que podem valer uma fortuna.
O Antagonista apurou agora que Gustavo de Lima Mendonça, filho do tio Itamar e primo do AGU, também resolveu investir em mineração depois que Jair Bolsonaro chegou ao poder. Ele virou sócio da empresa Acquamar Oceanologia, que obteve junto à Agência Nacional de Mineração, em 2019, um total de 18 licenças de pesquisa de calcário marinho, excelente insumo para a agricultura.
A jazida com mais de 38 mil hectares tem potencial de 1 bilhão de toneladas.
A Acquamar Oceanologia, sediada no Maranhão, está registrada em nome de Gustavo e Manuel Aguiar Costa, ex-secretária do empresário e pesquisador William Thomas, um dos maiores especialistas em pesquisa mineral na plataforma oceânica.
William disse a O Antagonista que, logo no início do governo Bolsonaro, foi procurado por um empresário goiano disposto a investir na exploração do insumo para abastecer “o agronegócio no Mato Grosso”. O empresário, que ele prefere não revelar o nome, se dizia amigo de infância de Itamar Mendonça e colocou Gustavo como sócio, para “tentar obter um empréstimo no Banco do Nordeste”.
“Ele queria metade da minha empresa e ofereceu como pagamento metade de uma fazenda dele no sul do Maranhão onde tem uma pedreira de pedras ornamentais. Hoje, oficialmente, a Acquamar é do Gustavo.”
O pesquisador disse também que chegou a receber Alexandre de Mendonça, que não quis saber do negócio do calcário marinho, mas pediu ajuda a William para fazer um mapeamento das jazidas de grafita no Vale do Ribeira. “Ele me mostrou um mapa com indicações genéricas e pediu que eu plotasse as jazidas de grafeno. Usando um software que desenvolvi, pus as coordenadas e delimitei a área. Não me disse que usaria isso para requisitar as licenças de pesquisa à ANM.”
William Thomas afirma que o negócio de exploração de calcário não foi adiante e só lhe restaram dívidas. “A sociedade ficou à deriva, minha embarcação de pesquisa está se acabando sem manutenção. Só me restaram as licenças, mas elas têm uma taxa anual de mais de 100 mil vencendo em 31 de março. Não sei o que fazer.”
Atualmente, a pedreira artesanal — que entrou no negócio da Acquamar — é administrada por Augusto Mendonça, filho de Gustavo e neto de Itamar.
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