Saiba tudo o que disse Nise Yamaguchi na CPI
A médica Nise Yamaguchi prestou depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (1). Ela tentou negar a existência do "Ministério da Saúde paralelo", mas admitiu que um suposto "conselho científico independente" influenciava Jair Bolsonaro em suas decisões sobre a pandemia...
A médica Nise Yamaguchi prestou depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (1).
Ela tentou negar a existência do “Ministério da Saúde paralelo”, mas admitiu que um suposto “conselho científico independente” influenciava Jair Bolsonaro em suas decisões sobre a pandemia.
Também contradisse os depoimentos de Luiz Henrique Mandetta e Antônio Barra Torres sobre sua tentativa de alterar a bula da cloroquina.
Saiba tudo sobre o que disse Nise Yamaguchi na CPI:
Ministério da Saúde paralelo
- Nise Yamaguchi negou que tenha participado de um “Ministério da Saúde paralelo” que aconselhava o presidente Jair Bolsonaro.
- Ela confirmou, no entanto, a participação em um “comitê de crise institucional” no Palácio do Planalto. Segundo a médica, o grupo era presidido pelo então ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto.
- A médica disse que se reuniu com Jair Bolsonaro “umas quatro vezes” e que nunca esteve com ele a sós.
- Nise citou uma reunião com o presidente no dia 15/05, data da saída de Nelson Teich do governo, e um encontro com o grupo “Médicos pela Vida”.
- Ela também mencionou reuniões no Ministério da Saúde e admitiu que, em uma delas, em setembro, foi a Brasília com passagens pagas pela pasta. A médica disse que chegou a se encontrar com Élcio Franco e Mayra Pinheiro.
- A doutora ainda admitiu que sugeriu a implementação do “tratamento precoce” ao então secretário de Luiz Henrique Mandetta Denizar Vianna no dia 6 de abril do ano passado.
- Nise confirmou a influência de Arthur Weintraub a favor do tratamento precoce. Segundo ela, Arthur Weintraub discutiu a possibilidade de médicos prescreverem medicamentos como a cloroquina. Ela disse também que o empresário Carlos Wizard participou do“conselho científico independente”.
Negacionismo
- Nise foi confrontada com vídeos em que defende que “não é necessário vacinar aleatoriamente” e se posiciona a favor da da imunidade de rebanho. Ela ficou em cima do muro, mas não negou as declarações.
- Segundo a médica, o tratamento precoce e o uso de cloroquina salvaram muitas vidas no Brasil. No entanto, não soube indicar uma publicação séria que tenha divulgado um estudo que recomende o uso da cloroquina.
- Nise disse que Jair Bolsonaro pedia a ela dados sobre cloroquina.
- O senador Otto Alencar fez uma série de questionamentos básicos à depoente a respeito da natureza do coronavírus. Ela não soube responder.
Declarações de Jair Bolsonaro
- Nise Yamaguchi se negou a comentar declarações de Jair Bolsonaro contra o isolamento social e contra a vacinação.
- A imunologista disse que nunca conversou com o presidente sobre vacinas e não quis opinar sobre se houve atraso na compra de imunizantes.
Alteração na bula da cloroquina
- Nise Yamaguchi negou que tenha proposto uma mudança na bula da cloroquina, como relataram Luiz Henrique Mandetta e Antônio Barra Torres em seus depoimentos à CPI.
- Ela admitiu que participou da reunião mencionada, no dia 6 de abril do ano passado, na Casa Civil, mas disse que o propósito do encontro não era esse.
- A médica afirmou que a minuta da reunião foi elaborada pelo anestesista Luciano Azevedo, da Marinha.
- Ela disse que não conhecia o documento e achou que ele “falava sobre a possibilidade de haver uma disponibilização de medicamento”.
- O presidente da CPI, Omar Aziz, sugeriu uma acareação entre Nise e Barra Torres.
- Uma troca de mensagens apresentadas por Nise mais tarde mostrou que ela sabia do teor da minuta.
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