Um partido à imagem e semelhança de Bolsonaro
Jair Bolsonaro deve se sentir em casa no Patriota, um partido de aluguel criado por um político sem votos. Ex-vereador de Barrinha, município paulista de 35 mil habitantes, Adilson Barroso tentou duas vezes chegar a deputado federal (2014 e 2018), sem sucesso. Foi eleito vereador (2016) com apenas 497 votos e deputado estadual (2002) com menos de 10 mil votos -- ajudado pelo quociente eleitoral....
Jair Bolsonaro deve se sentir em casa no Patriota, um partido de aluguel criado por um político sem votos.
Ex-vereador de Barrinha, município paulista de 35 mil habitantes, Adilson Barroso tentou duas vezes chegar a deputado federal (2014 e 2018), sem sucesso. Foi eleito vereador (2016) com apenas 497 votos e deputado estadual (2002) com menos de 10 mil votos — ajudado pelo quociente eleitoral.
Depois de passar pelo Prona, PSC e PLS, teve a brilhante ideia de criar sua própria legenda, o Partido Ecológico Nacional (PEN). Vendendo-se nas redes sociais como “ambientalista”, Adilson sonhou com a filiação de Marina Silva na disputa presidencial de 2014. A ex-ministra nunca o levou a sério.
Em 2018, diante do crescimento de Jair Bolsonaro, ele rebatizou o partido de Patriota, abandonando a suposta pauta ambiental e defendendo “o conservadorismo”. Pintou o número 51 com as cores da bandeira e até colou o slogan “Brasil acima de todos” — uma corruptela do “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, usado por Bolsonaro para chegar ao Palácio do Planalto, pelo PSL.
Em 20 anos, como demonstram as declarações à Justiça Eleitoral (leia abaixo), Adilson evoluiu de “funileiro” para empresário, tornou-se sócio de duas empresas de isolamentos térmicos e acumulou patrimônio invejável.
Como Bolsonaro, Barroso agregou seus familiares à política partidária, acomodando vários parentes na própria estrutura do partido, financiado com recursos públicos.
Na última campanha, ele foi além e elegeu a filha vice-prefeita de Barrinha, torrando R$ 1,2 milhão dos R$ 37 milhões a que tem direito do fundo eleitoral. Este ano, o governo destinou à gestão da filha de Adilson quase R$ 16 milhões em verbas extras do chamado “orçamento paralelo”, ou Bolsolão.
A aliança de Barroso com Bolsonaro, como O Antagonista revelou, vem de longe, o que sugere uma próspera parceria até 2022.
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