A fragmentação da moralidade
O editorialista do Estadão, em sua defesa diária de Michel Temer, nada viu de imoral no troca-troca de parlamentes na CCJ realizado pelo governo para enterrar a denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente (e, obviamente, nem citou a compra de votos por meio da liberação de emendas milionárias).No Estadão de Direito, a culpa é da...
O editorialista do Estadão, em sua defesa diária de Michel Temer, nada viu de imoral no troca-troca de parlamentes na CCJ realizado pelo governo para enterrar a denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente (e, obviamente, nem citou a compra de votos por meio da liberação de emendas milionárias).
No Estadão de Direito, a culpa é da “fragmentação partidária”, ou “multiplicação de partidos”, que “impede a formação de blocos de controle”.
“Se por um lado o placar na CCJ demonstra uma inequívoca força do governo em meio à mais grave crise política do mandato do presidente Michel Temer, por outro escancara uma mazela que há muito contribui para o abastardamento da atividade política no País: a enorme fragmentação partidária.
Em outras palavras, chegou-se ao ponto em que a multiplicação de partidos impede a formação de blocos de controle, ou seja, de conjuntos capazes de liderar o trabalho parlamentar e de proporcionar maiorias para a aprovação de matérias de importância. (…) O nome disso é paralisia. (…)
A questão da fragmentação partidária merece muito mais atenção no debate acerca das deliberações do Legislativo do que a propalada ‘truculência’ com que o governo teria manobrado as substituições de membros da CCJ dispostos a votar pelo prosseguimento da denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF), com o consequente afastamento do presidente Temer. Tais manobras nada têm de ilegal ou imoral. São previstas no Regimento Interno da Casa (…) e práticas usuais da política há muitas legislaturas.”
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)