Bolsonaro mente: na verdade, Stanford recomenda uso de máscaras
O presidente Jair Bolsonaro ameaçou nesta terça (20) "divulgar um estudo da Universidade de Stanford sobre máscara". Em seu típico estilo, ele não disse, mas deu a entender, que o estudo tem conclusão contrária ao uso de máscara. Mas ele não vai conseguir cumprir a ameaça, porque está mentindo...
O presidente Jair Bolsonaro ameaçou nesta terça (20) “divulgar um estudo da Universidade de Stanford sobre máscara“. Em seu típico estilo, ele não disse, mas deu a entender, que o estudo tem conclusão contrária ao uso de máscara. Mas ele não vai conseguir cumprir a ameaça, porque está mentindo.
A Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford recomenda o uso de máscaras. Os pesquisadores Amy Price e Larry Chu estão entre os autores de um artigo que avaliou a capacidade de filtração de diferentes tecidos. No vídeo abaixo, publicado em junho de 2020, você pode assistir ao professor Chu falando sobre os materiais das diferentes camadas de uma boa máscara:
O site da Faculdade de Medicina de Stanford também publicou, ainda em 2020, uma orientação sobre o uso de máscaras.
A Faculdade de Ciências da Terra, Energia e Ciências Ambientais de Stanford publicou outra notícia em seu site, com uma dúvida – não sobre se as máscaras funcionam ou não, mas qual máscara usar.
Já o Instituto de Pesquisa em Política Econômica de Stanford escreveu já em abril de 2020, quando Bolsonaro estava falando na ‘gripezinha’, que o uso de máscaras poderia acelerar a reabertura da economia, dando mais confiança aos consumidores para frequentarem lojas e comércios.
Bolsonaro pode estar falando de Baruch Vainshelboim, autor de um artigo questionando a eficácia das máscaras. O texto foi publicado na revista Medical Hypotheses, ou seja, “Hipóteses Médicas”. De acordo com o site oficial da revista, seu propósito é “publicar artigos teóricos interessantes. A revista irá considerar ideias científicas radicais, especulativas e fora do ‘mainstream’ desde que coerentemente expressadas”.
Segundo escreveu na revista, Vainshelboim trabalha na divisão de cardiologia do Veterans Affairs Palo Alto Health Care System, ligado à Universidade de Stanford.
Segundo seu currículo no LinkedIn, Vainshelboim é bacharel em educação física, com mestrado e doutorado em fisiologia do exercício.
No começo do artigo, Vainshelboim associa o uso de máscaras à hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue). Ele cita como uma das referências bibliográficas uma orientação da OMS sobre o uso de máscaras, que não menciona a hipoxemia em momento nenhum.
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