CPI com comorbidades
A manobra para ampliar o escopo da CPI da Covid, exposta na gravação da conversa entre Jair Bolsonaro e Jorge Kajuru, tem com objetivo único impedir que a comissão investigue o governo federal. O resto é falácia. Apurações sobre desvios de bilhões...
A manobra para ampliar o escopo da CPI da Covid, exposta na gravação da conversa entre Jair Bolsonaro e Jorge Kajuru, tem com objetivo único impedir que a comissão investigue o governo federal. O resto é falácia.
Apurações sobre desvios de bilhões de recursos federais por estados e municípios foram abertas pela PGR e estão sendo conduzidas pela subprocuradora bolsonarista Lindôra Araújo, sob supervisão de Augusto Aras.
Até aqui, o ex-aliado Wilson Witzel foi afastado do cargo e denunciado pela PGR, enquanto o bolsonarista Wilson Lima segue no governo do Amazonas e ainda nomeia a irmã de um ministro do STJ para o TJ-AM.
A CPI da Covid no Senado surge justamente como ferramenta da oposição para fazer o que o PGR não faz. É um instrumento político bem mais legítimo do que usar a máquina pública para perseguir críticos. Lamentavelmente, não irá muito longe.
Além da estratégia de ampliação do foco da comissão, o governo articula para ter o controle sobre a CPI e ainda indicar senadores com comorbidades para que, uma vez instalada, aleguem ausência de garantias sanitárias para seu funcionamento presencial.
Pressionado de todos os lados, Rodrigo Pacheco lava as mãos.
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