Hospitais das Forças Armadas deixam até 85% de leitos ociosos sem atender civis
Após determinação do TCU, as Forças Armadas abriram, pela primeira vez na pandemia, os dados sobre ocupação de leitos para pacientes com Covid-19 nos hospitais militares...
Após determinação do TCU, as Forças Armadas abriram, pela primeira vez na pandemia, os dados sobre ocupação de leitos para pacientes com Covid-19 nos hospitais militares, informa Vinicius Sassine na Folha.
As planilhas mostram que as Forças bloquearam leitos à espera de militares em enfermarias e UTIs e que existem unidades com até 85% de vagas ociosas.
A corte de contas investiga possíveis irregularidades por parte do Ministério da Defesa, do Exército, da Aeronáutica e da Marinha ao não ofertarem a civis leitos destinados a pacientes com Covid em unidades militares de saúde.
Essas unidades consumiram pelo menos R$ 2 bilhões do Orçamento da União em 2020, segundo auditoria do próprio TCU.
Os auditores sustentam que os hospitais militares deveriam fazer convênios com o SUS para ampliar atendimentos à população durante a fase mais crítica da pandemia, com o colapso generalizado das redes públicas de saúde nos estados.
Para o tribunal —que mandou abrir os dados sobre ocupação de leitos no dia 17—, a reserva de vagas para militares contraria o princípio da dignidade humana e viola o dever constitucional do Estado de oferecer acesso universal à saúde.
Em nota, o Ministério da Defesa alega que não há ociosidade e a rotatividade é grande, numa “realidade que muda a todo instante”.
A pasta afirma ainda que o percentual de militares da ativa infectados pelo coronavírus por estarem na linha de frente supera 13%, valor que ultrapassa a média nacional.
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