ENTREVISTA: “Faltou vontade política para aprovar autonomia do Banco Central”
O relator na Câmara do projeto de autonomia do Banco Central, Silvio Costa Filho (Republicanos), afirmou a O Antagonista que faltou vontade política para aprovar essa matéria em anos anteriores...
O relator na Câmara do projeto de autonomia do Banco Central, Silvio Costa Filho (Republicanos), afirmou a O Antagonista que faltou vontade política para aprovar essa matéria em anos anteriores.
Propostas relacionadas à autonomia do BC tramitam no Congresso desde 1989. Entretanto, apenas agora o projeto deve sair do papel. Para o deputado, a Câmara pode dar uma sinalização positiva ao mercado, caso o texto passe pela Casa.
A votação está prevista para esta terça-feira (9).
Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
Relator, existe clima político para aprovar a autonomia do Banco Central?
Tem clima para isso. O sentimento majoritário entre os líderes (partidários) é votar e aprovar essa matéria. Vamos trabalhar para que a oposição não obstrua. Se der para votar o primeiro turno nesta terça, vamos votar. Se não der, vamos aprovar ao menos o primeiro turno na quarta-feira.
O texto teve anuência do governo? Foi pedida alguma alteração?
Não foi pedida alteração. O governo está torcendo pela aprovação. Essa matéria é um desejo do Paulo Guedes e de muitos agentes do Banco Central. Se nós aprovarmos, vamos dar uma sinalização importante ao mercado.
Deputado, a matéria está em tramitação no Congresso desde 1989. Só agora ela avançou. Qual a razão?
Acho que faltou vontade política e estabelecimento de prioridades. Antes tarde do que nunca. Mas essa gestão da Câmara tem responsabilidade cívica com o Brasil. Não podemos falar em crescimento e desenvolvimento sem ter um BC autônomo.
Esse texto que vai a votação está na Câmara desde novembro e chegou durante a gestão Rodrigo Maia. Também faltou vontade política para ele pautar essa matéria?
Eu acho que o ex-presidente Rodrigo Maia priorizou outras pautas, como auxílio emergencial e ações de combate à pandemia. Eu não quero fazer juízo de valor em relação isso. Mas acho que faltou avançar, prioritariamente, em relação a essa pauta. Mas agora é hora de olhar para frente.
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