A dificuldade de fazer projeções no Brasil
O Brasil surpreende os gringos.A crise política gerada pelas denúncias contra o presidente Michel Temer estourou dois dias antes da entrevista marcada para a divulgação em São Paulo de um relatório do...
O Brasil surpreende os gringos.
A crise política gerada pelas denúncias contra o presidente Michel Temer estourou dois dias antes da entrevista marcada para a divulgação em São Paulo de um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) com as projeções para América Latina e Caribe.
A equipe chefiada pelo economista Alfredo Cuevas já estava encerrando suas visitas e consultas em Brasília. A equipe do diretor do Departamento de Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner, preparava-se para a apresentação.
Por enquanto, segundo o Estadão, ficam mantidas para o Brasil a projeção de crescimento econômico de 0,2% neste ano e de 1,7% no próximo, mas os técnicos do FMI, obviamente, vão acompanhar a crise para medir seus impactos.
Para o jornal, o ponto mais importante foi o comentário sobre as questões de médio e de longo prazos.
“É preciso, realçou [Alejandro Werner], manter as prioridades da política econômica, trabalhando pelo ajuste das contas públicas, pela contenção do endividamento e pela execução da pauta de reformas. Essa é a agenda necessária, insistiu, para a intensificação do crescimento econômico nos próximos anos. O mesmo tipo de política foi defendido por Alfredo Cuevas, também presente no evento [da Fundação Getúlio Vargas (FGV)].
O panorama latino-americano é em geral positivo, com crescimento previsto de 1,1% em 2017 e 2% em 2018 (a média, é justo lembrar, é rebaixada pelo Brasil, maior economia da região, e pela arrasada Venezuela). Há diferenças entre países, mas algumas indicações valem para todos: reforçar a infraestrutura, cuidar do ambiente de negócios, elevar padrões educacionais e aprofundar a integração por meio do comércio intrarregional. Tudo isso vale para o Brasil, é claro, e é essencial para elevar a competitividade e criar melhores padrões de vida. Mas contas públicas saudáveis e reformas como a da Previdência são bases para tudo. Nenhuma crise elimina esse dado.”
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