Conselho Federal de Medicina diz que avalia ‘aspectos éticos’ do aplicativo de Pazuello
Em resposta a O Antagonista, o Conselho Federal de Medicina afirmou que vai avaliar "aspectos clínicos, jurídicos e éticos" do aplicativo TrateCov, lançado por Eduardo Pazuello e que sugere a médicos prescrever cloroquina e ivermectina a pacientes com sintomas da Covid-19...
Em resposta a O Antagonista, o Conselho Federal de Medicina afirmou que vai avaliar “aspectos clínicos, jurídicos e éticos” do aplicativo TrateCov, lançado por Eduardo Pazuello e que sugere a médicos prescrever e ivermectina a pacientes com sintomas da Covid-19.
Como mostramos mais cedo, mais de 300 médicos do Amazonas já estão cadastrados no programa. Basta a verificação de dois sintomas (febre, tosse, náusea, diarreia, etc.) para que os medicamentos sejam sugeridos, inclusive com doses e períodos para o “tratamento precoce”.
Até bebês podem receber a recomendação para uso dos remédios.
Em nota enviada à reportagem, o CFM afirmou que, “independentemente do aplicativo”, reitera parecer da entidade, lançado em abril de 2020, segundo o qual “não existem evidências robustas de alta qualidade que possibilitem a indicação de uma terapia farmacológica específica para a covid-19”.
Leia a íntegra da nota:
Em relação ao questionamento encaminhado, o Conselho Federal de Medicina (CFM) já determinou uma análise do referido aplicativo. O trabalho será conduzido por conselheiros e assessores técnicos e jurídicos que avaliarão aspectos clínicos, jurídicos e éticos relacionados à ferramenta.
Independentemente do aplicativo citado, o CFM reitera que mantém o entendimento do seu Parecer 4/2020, no qual informa que “até o momento, não existem evidências robustas de alta qualidade que possibilitem a indicação de uma terapia farmacológica específica para a covid-19”.
Conforme traz o texto, “desde o final de 2019 existem dezenas de medicamentos em testes, e muitos dos resultados desses estudos estão sendo divulgados diariamente. Muitos desses medicamentos têm sido promissores em testes em laboratório e através de observação clínica, mas nenhum ainda foi aprovado em ensaios clínicos com desenho cientificamente adequado, não podendo, portanto, serem recomendados com segurança”.
O CFM continua atento aos desdobramentos relacionados à pandemia de covid-19, no Brasil e no mundo, agindo de modo isento, idôneo e transparente em favor da qualidade da assistência e dos direitos de médicos e de pacientes.
Brasília, 20 de janeiro de 2021.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA
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