A Folha acompanhou a chegada de um pequeno carregamento de oxigênio no Serviço de Pronto-Atendimento de Redenção, em Manaus (AM), única unidade pública hospitalizar na região centro-oeste da capital amazonense.
O cilindro, diz a reportagem, foi doado pelo sobrinho de um dos internados na unidade. Luciano Passita, 42, diz que passou a madrugada inteira à espera de um cilindro de oxigênio numa empresa que fabrica oxigênio hospitalar na capital.
“Ela [empresa] viu a nossa agonia e acabou fazendo uma troca. Ficou com o meu cilindro vazio e deu um cheio”, disse à Folha. “O governo está anunciando que a carga de oxigênio chegou, mas é tudo mentira. São as famílias dos pacientes que estão se virando.”
Familiares de outros pacientes faziam oração pela chegada de oxigênio e pela recuperação dos internados.“O oxigênio é Deus”, disse Eliane Belmiro de Oliveira. “Senhor, meu Deus, encha os pulmões do meu marido com o seu oxigênio.”
Em entrevista ontem a O Antagonista, o governador Wilson Lima disse que a demanda diária por oxigênio no estado está em 75 mil metros cúbicos. Mas a produção da White Martins, que domina o mercado, mais Carbox e Nitron, chega a cerca de 28 mil metros cúbicos.