Barroso: "Governantes democráticos não devem fazer acenos para desordens" Barroso: "Governantes democráticos não devem fazer acenos para desordens"
O Antagonista

Barroso: “Governantes democráticos não devem fazer acenos para desordens”

avatar
Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 07.01.2021 20:33 comentários
Brasil

Barroso: “Governantes democráticos não devem fazer acenos para desordens”

Presidente do TSE, Luís Roberto Barroso divulgou nota para rebater as novas suspeitas lançadas por Jair Bolsonaro contra o voto eletrônico. Sem mencionar o nome do presidente, afirmou que, "se alguma autoridade possuir qualquer elemento sério que coloque em dúvida a integridade e a segurança do processo eleitoral, tem o dever cívico e moral de apresentá-lo"...

avatar
Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 07.01.2021 20:33 comentários 0
Barroso: “Governantes democráticos não devem fazer acenos para desordens”
Foto: Carlos Moura/SCO/STF

Presidente do TSE, Luís Roberto Barroso divulgou nota para rebater as novas suspeitas lançadas por Jair Bolsonaro contra o voto eletrônico. Sem mencionar o nome do presidente, afirmou que, “se alguma autoridade possuir qualquer elemento sério que coloque em dúvida a integridade e a segurança do processo eleitoral, tem o dever cívico e moral de apresentá-lo”.

“Do contrário, estará apenas contribuindo para a ilegítima desestabilização das instituições”, diz a nota. “Uma importante lição da história é a de que governantes democráticos desejam ordem. Por isso mesmo, não devem fazer acenos para desordens futuras, violência e agressão às instituições”.

O ministro afirmou que o voto impresso existe nos Estados Unidos e não impediu que dezenas de ações fossem apresentadas, sem êxito, para questionar a resultado eleitoral.

“Tudo o que não se precisa no Brasil é a judicialização do processo eleitoral. Aliás, o voto impresso tampouco impediu que, naquele país, grupos extremistas, inconformados com a derrota, vandalizassem a sede do Poder Legislativo”, afirmou.

Na nota (leia a íntegra abaixo), ele reafirmou a integridade da votação eletrônica, disse que partidos, Ministério Público e OAB podem fiscalizar a urna eletrônica.

Nota à imprensa
Manifestação do presidente do TSE sobre EUA e democracia brasileira

1. Os eventos ocorridos nos Estados Unidos no dia 6 de janeiro de 2021 constituíram atos de incivilidade e de ataque às instituições. A alternância no poder é rito vital da democracia e não aceitá-la é vício dos espíritos autoritários, que não respeitam as regras do jogo.

2. Sob o atual processo eletrônico de votação brasileiro foram eleitos os Presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro, além de milhares de outros agentes políticos. Jamais houve qualquer razão para supor que os resultados proclamados não corresponderam à vontade popular manifestada nas urnas.

3. Nunca se apresentou perante o Tribunal Superior Eleitoral qualquer evidência ou mesmo indício de fraude. No Brasil, fraude havia no tempo do voto em cédula, o que está vastamente comprovado nos registros históricos. Nesse momento da vida brasileira, não é possível a implantação do voto impresso, por força de decisão do Supremo Tribunal Federal. O Tribunal concluiu que a impressão colocaria em risco o sigilo e a liberdade de voto, além de importar em um custo adicional de quase R$ 2 bilhões, sem qualquer ganho relevante para a segurança da votação.

4. Cabe lembrar que, nos Estados Unidos, existe o voto impresso, o que não impediu o ajuizamento de dezenas de ações para questionar o resultado eleitoral, todas sem êxito. Tudo o que não se precisa no Brasil é a judicialização do processo eleitoral. Aliás, o voto impresso tampouco impediu que, naquele país, grupos extremistas, inconformados com a derrota, vandalizassem a sede do Poder Legislativo.

5. Cabe a este Tribunal esclarecer, uma vez mais, que as urnas eletrônicas brasileiras são auditáveis e fiscalizáveis pelos partidos políticos, pelo Ministério Público, pela Ordem dos Advogados do Brasil e por outras instituições, antes, durante e após o processo eleitoral. A seguir, breve explicação sobre o funcionamento do sistema.

6. As urnas eletrônicas não operam em rede, isto é, não têm conexão via internet ou bluetooth. Por essa razão, são imunes a ataques hackers. Além disso, os programas para votação, apuração e totalização nelas inseminados são submetidos à conferência dos partidos, do Ministério Público, da Polícia Federal, da OAB e de outras instituições. Em seguida, recebem o que se denomina lacração, procedimento que impede a sua adulteração.

7. No dia das eleições, antes do início da votação, a urna imprime um boletim, chamado de zerésima, que comprova que não há qualquer voto nela. E, ao final da votação, ela emite o boletim de urna, com o nome e o número de votos de cada um dos candidatos. Ou seja: o resultado já sai impresso e é possível conferi-lo com os dados divulgados pelo TSE, após a conclusão da totalização.

8. Cabe acrescentar que mais de uma centena de urnas prontas para a votação são sorteadas em todos os estados para um procedimento de auditoria feito no dia da eleição, perante todos os partidos e aberto ao público. Nele, os representantes de partidos votam em cédulas de papel e esses votos são digitados na urna eletrônica, na presença de auditoria externa, comprovando-se que o resultado da totalização das cédulas de papel coincide com o resultado das urnas eletrônicas. Esse procedimento, que é filmado, demonstra que não houve adulteração, subtração ou acréscimo na votação das urnas eletrônicas, revelando-se verdadeiro teste de integridade.

9. A vida institucional não é um palanque e as pessoas devem ser responsáveis pelo que falam. Se alguma autoridade possuir qualquer elemento sério que coloque em dúvida a integridade e a segurança do processo eleitoral, tem o dever cívico e moral de apresentá-lo. Do contrário, estará apenas contribuindo para a ilegítima desestabilização das instituições.

10. Por fim, uma importante lição da história é a de que governantes democráticos desejam ordem. Por isso mesmo, não devem fazer acenos para desordens futuras, violência e agressão às instituições.

Brasília, 7 de janeiro de 2021
LUÍS ROBERTO BARROSO
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

De que lado está Tarcísio?

Visualizar notícia
2

Isolamento de Mourão livra ex-vice de vínculo ao golpe

Visualizar notícia
3

Crusoé: Milei melhorou economia argentina com mudança de mentalidade

Visualizar notícia
4

Haddad define valor do pacote de corte de gastos

Visualizar notícia
5

"Quanto custa?”, pergunta Musk sobre a emissora MSNBC

Visualizar notícia
6

MP do TCU pede bloqueio de R$ 56 mi de indiciados por tentativa de golpe

Visualizar notícia
7

O que você acha dos alunos que gravam professores em sala de aula?

Visualizar notícia
8

Gisele Bündchen reflete sobre o terceiro filho

Visualizar notícia
9

Crusoé: A preocupação de Merkel com Musk no governo Trump

Visualizar notícia
10

Crusoé: O histórico de Eduardo Paes na Lava Jato

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

Gisele Bündchen reflete sobre o terceiro filho

Visualizar notícia
2

O comentário de Tarcísio sobre o indiciamento de Bolsonaro

Visualizar notícia
3

A reação de Netanyahu ao mandado de prisão

Visualizar notícia
4

A treta entre Paes, Bretas e Moro

Visualizar notícia
5

MP do TCU pede bloqueio de R$ 56 mi de indiciados por tentativa de golpe

Visualizar notícia
6

Bolsonaro buscou apoio, mas não conseguiu

Visualizar notícia
7

Virginia e Zé Felipe compartilham decorações de Natal

Visualizar notícia
8

"Quanto custa?”, pergunta Musk sobre a emissora MSNBC

Visualizar notícia
9

Crusoé: A preocupação de Merkel com Musk no governo Trump

Visualizar notícia
10

Isolamento de Mourão livra ex-vice de vínculo ao golpe

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

Jair Bolsonaro Luís Roberto Barroso TSE Urnas Eletrônicas voto eletrônico voto impresso
< Notícia Anterior

"Já acertaram a fraude para 22?", diz Bolsonaro ao defender voto impresso

07.01.2021 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Pfizer rebate Pazuello

07.01.2021 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Redação O Antagonista

Suas redes

Instagram

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

MP do TCU pede bloqueio de R$ 56 mi de indiciados por tentativa de golpe

MP do TCU pede bloqueio de R$ 56 mi de indiciados por tentativa de golpe

Visualizar notícia
Maurício Kubrusly, do Fantástico, sofre com doença mental e não lembra da carreira

Maurício Kubrusly, do Fantástico, sofre com doença mental e não lembra da carreira

Visualizar notícia
Isolamento de Mourão livra ex-vice de vínculo ao golpe

Isolamento de Mourão livra ex-vice de vínculo ao golpe

Deborah Sena Visualizar notícia
Haddad define valor do pacote de corte de gastos

Haddad define valor do pacote de corte de gastos

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.