“Como vou aprovar um remédio que não funciona?”
Nelson Teich, em entrevista para O Globo, explicou como a cloroquina afastou-o do Ministério da Saúde: “Foi um gatilho que me fez enxergar que eu não teria autonomia e legitimidade para fazer as mudanças que precisavam ser feitas...
Nelson Teich, em entrevista para O Globo, explicou como a cloroquina afastou-o do Ministério da Saúde:
“Foi um gatilho que me fez enxergar que eu não teria autonomia e legitimidade para fazer as mudanças que precisavam ser feitas. Eu poderia ter pegado carona com o Conselho Federal de Medicina, mas como vou aprovar um remédio que não funciona? Se meu lado técnico, que era um dos meus pontos fortes, não é respeitado, decidi que não havia como continuar.”
Ele falou também sobre os erros do governo na vacina contra a Covid-19:
“Hoje há uma visão simplista e absolutamente ineficiente do problema. Todo mundo comenta que o PNI é referência. Nos últimos dois anos, o programa piorou. No ano passado, pela primeira vez em 25 anos, o Brasil não bateu a meta mínima em nenhuma doença. Achar que, porque o PNI um dia foi uma referência, a vacinação da Covid-19 vai ser tranquila é um erro gravíssimo. E tem detalhes que não estão sendo discutidos. A maioria da vacinas é de duas doses. Uma pergunta: eu vou vacinar uma pessoa duas vezes ou vou dar a primeira em quem não recebeu ainda? Tem que sentar com a indústria e discutir no detalhe. Quanto tempo eu tenho para fazer a segunda dose? 14 dias, 21 dias? É o período máximo ou posso postergar? É uma discussão fundamental. As coisas são trabalhadas de uma forma muito pouco técnica, esse é o problema.”
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