Especialistas se preocupam com segurança da vacina de Oxford e AstraZeneca
Especialistas ouvidos pelo New York Times disseram estar preocupados com os testes da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica britânica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. Neste fim de semana, a empresa revelou novos detalhes de seus testes. A farmacêutica, porém, divulgou poucos dados sobre duas participantes que ficaram...
Especialistas ouvidos pelo New York Times disseram estar preocupados com os testes da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica britânica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.
Neste fim de semana, a empresa revelou novos detalhes de seus testes. A farmacêutica, porém, divulgou poucos dados sobre duas participantes que ficaram gravemente doentes após receberem a vacina experimental.
A primeira participante recebeu uma dose da vacina antes de desenvolver uma inflamação na medula espinhal, conhecida como mielite transversa. A condição pode causar fraqueza nos braços e pernas, paralisia, dor e problemas intestinais e de bexiga.
O caso levou à suspensão dos testes até que especialistas independentes fizessem uma revisão de segurança. Mais tarde, uma porta-voz da empresa afirmou que o caso da voluntária não estava relacionado ao imunizante, e o teste, então, foi retomado.
Sob condição de anonimato, uma pessoa envolvida nos testes disse ao The Times que uma segunda participante também apresentou a mesma doença: mielite transversa.
A condição é rara e os especialistas ouvidos pelo New York Times dizem que encontrar pelo menos um caso entre milhares de participantes da pesquisa acende um alerta vermelho. Múltiplos casos confirmados, disseram, seriam suficientes para interromper de vez os testes da vacina.
“Se houver dois casos, então isso começa a parecer um padrão perigoso”, disse Mark Slifka, especialista em vacinas da Oregon Health and Science University. “Se um terceiro caso de doença neurológica surgir no grupo, então pode ser o fim dessa vacina.”
A meta da AstraZeneca é que sua vacina tenha 50% de eficácia, como prevê a FDA. Para determinar com segurança estatística que a farmacêutica atingiu essa meta, 150 voluntários que forem vacinados ou receberam injeções de placebo deverão ser diagnosticados com o novo coronavírus.
No entanto, o plano apresentado pela empresa prevê ainda que um comitê de segurança fará uma análise inicial depois que apenas 75 casos da doença forem confirmados. Ou seja, a empresa poderia interromper os testes antecipadamente e solicitar autorização do governo americano para liberar a vacina para uso emergencial. Nos Estados Unidos, diferentemente do Reino Unido, Brasil e África do Sul, os testes com a vacina da AstraZeneca ainda estão suspensos.
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