Filho de Zveiter levou R$ 5 milhões da Fecomércio sem trabalhar, diz MPF
Na denúncia da Operação E$quema S, o MPF afirma que o advogado Flávio Zveiter, filho do desembargador Luiz Zveiter, ex-presidente do TJ do Rio, recebeu R$ 5 milhões da Fecomércio do Rio. Mas nunca trabalhou em uma petição da entidade...
Na denúncia da Operação E$quema S, o MPF afirma que o advogado Flávio Zveiter, filho do desembargador Luiz Zveiter, ex-presidente do TJ do Rio, recebeu R$ 5 milhões da Fecomércio do Rio. Mas nunca trabalhou em uma petição da entidade.
A denúncia foi recebida hoje pela Justiça Federal e agora o advogado é réu por peculato – desvio de dinheiro público, já que o orçamento da Fecomércio é oriundo das contribuições ao Sistema S.
Segundo o MPF, o contrato tem data de 2 de setembro de 2015, mas o primeiro pagamento, de R$ 1 milhão, só aconteceu em 22 de janeiro de 2016. São indícios de que o documento é “ideologicamente falso”, segundo os procuradores.
Veja as notas fiscais:
“É inverossímil que um contrato datado de setembro de 2015, prevendo pagamento de parcelas que deveriam ser mensais e sucessivas, não atreladas a qualquer tipo de êxito, só tenha começado a ser quitado em janeiro de 2016 – mais de três meses depois de sua suposta assinatura”, diz o MPF.
Os contratos com Flávio Zveiter passaram por auditoria na Fecomércio. Lá, ele apresentou uma lista de processos em que teria atuado.
Mas, segundo o MPF, “nem FLAVIO ZVEITER, nem qualquer outro advogado de seu escritório, assinou ou protocolou petições a eles relativas. Muito ao revés, há um padrão bem definido de movimentações concebidas para emular a contraprestação de serviços”.
Essas movimentações seriam procurações de substabelecimento (divisão de poderes entre advogados) assinadas por Cristiano Zanin Martins em fevereiro de 2016, meses depois da data do contrato entre a Fecomércio e Flávio Zveiter. Em julho de 2017, essas procurações foram revogadas e só a advogada Ana Basílio continuou nos processos.
A denúncia se baseia em informações prestadas por Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio que assinou acordo de delação premiada.
Ele contou que contratou o escritório de Flávio Zveiter para que ele trabalhasse em processos no TJ do Rio, onde o pai é desembargador, por insistência de Ana Basílio, que coordenava as contratações de escritórios pela Fecomércio.
E, segundo Diniz, a advogada disse que a contratação fora recomendada pelo advogado Cristiano Zanin, que defende Lula na Lava Jato e é apontado pelo MPF como líder da organização criminosa que atuava na Fecomércio.
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