Bolsonaro só volta para o PSL “se assumir o comando”: os bastidores da reunião no Alvorada
Jair Bolsonaro, como noticiamos, se reuniu no fim da tarde de ontem, no Palácio da Alvorada, com os deputados da ala bolsonarista do PSL. Foi o próprio presidente quem, fora da agenda oficial, convocou seus "apoiadores raiz" na Câmara... [caption id="attachment_429925" align="alignleft" width="530"] Reprodução do Twitter da deputada Caroline De Toni[/caption]
Jair Bolsonaro, como noticiamos, se reuniu no fim da tarde de ontem, no Palácio da Alvorada, com os deputados da ala bolsonarista do PSL. Foi o próprio presidente quem, fora da agenda oficial, convocou seus “apoiadores raiz” na Câmara.
O Antagonista apurou que o presidente vinha sendo provocado nos últimos dias a explicar para esse grupo o que está acontecendo, após ele ter declarado que poderia voltar para o partido pelo qual foi eleito em 2018.
Ao contrário do clima no grupo do WhatsApp da Aliança pelo Brasil nas últimas semanas, a reunião com o presidente foi “agradável” e “despressurizada”, nas palavras de um deputado que participou da reunião.
O objetivo era “dar uma alinhada com o time do Bolsonaro” e ouvir dele “esse papo de voltar para o PSL”.
O presidente tentou tranquilizar os deputados, dizendo que “nada vai ser decidido agora”. Sobre quando, então, tomará um decisão, Bolsonaro chegou a sinalizar que deixaria para tratar desse assunto “com mais profundidade” após as eleições internas na Câmara e no Senado, marcadas para fevereiro do ano que vem.
Por enquanto, o presidente disse aos bolsonaristas que eventual retorno ao PSL “não está descartado, mas não é algo concreto”. Bolsonaro também falou que “outros partidos”, sem dar exemplos, estão no seu radar.
“A ideia principal ainda é formar a Aliança pelo Brasil, de uma forma ou de outra: seja criando mesmo um novo partido, seja o presidente assumindo algum partido já existente. Ele não vai entrar em um partido para não ter o comando”, comentou esse deputado, pedindo reserva.
Os bolsonaristas prometeram “sigilo” sobre a reunião de ontem. Antes do fim, eles quiseram deixar claro ao presidente que seguiriam “as ordens do capitão”, mas apresentaram uma condição: que “os traidores” do PSL não fossem perdoados, caso o partido seja, de fato, o destino do grupo.
Enquanto ocorria esse encontro no Alvorada, deputados do PSL mais ligados a Luciano Bivar também estavam reunidos, tratando da partilha do fundo partidário. O Antagonista apurou que houve “gargalhadas” na sala, quando um deles avisou aos demais do encontro com o presidente e o grupo considerado adversário. A avaliação foi a de que “a humilhação do fracasso da Aliança está ficando divertida”.
O vice-presidente nacional do PSL, Antonio Rueda, disse ao site, por telefone, que “nada está decidido” e que o retorno de Bolsonaro ao partido “depende dele [Bolsonaro]”. Luciano Bivar, o presidente da sigla, não retornou as ligações.
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