Prefeitura do Rio autoriza escolas particulares a retornarem na segunda-feira
Decisão foi anunciada na sexta-feira, durante o anúncio das atividades que seriam retomadas na fase 5 de flexibilização do isolamento social
Em nota, o Sinepe reafirmou que não haverá modelo único para a volta às aulas e cada instituição terá respeitada sua autonomia. “Deve-se também respeitar a decisão de cada família, que tem o direito de discernir o momento e as circunstâncias em que se sentirá confortável para levar o seu filho para participar das atividades presenciais”, completa o Sindicato.
A produtora de audiovisual, Alcione Koritsky, de 54 anos, conta que a adaptação dos dois filhos ao ensino remoto foi desafiadora. Segundo ela, o filho mais velho, Pedro Koritsky, 16, conseguiu se adequar à modalidade primeiro, mas o mais novo, Miguel Koritsky, 10, ainda tem dificuldades.
“As primeiras semanas foram mais difíceis, era uma situação nova. Infelizmente, não consigo acompanhar as aulas como deveria, em função de compromissos profissionais. Essa lacuna não está sendo preenchida nem pela escola, nem por mim, o que é lamentável”, desabafou Alcione. Mas, a produtora não pretende mandar os filhos para a escola, caso as aulas sejam retomadas.
“Não mandaria. Acredito que é impossível o ambiente manter-se seguro, até pelo próprio comportamento de crianças e jovens. Na minha percepção, será um grande erro. Liberarei a ida deles, após o controle da pandemia ou da liberação da vacina.”
De acordo com a educadora, escritora, consultora em Educação e Doutora em Educação pela PUC-Rio, Andrea Ramal, a escola precisa orientar os responsáveis para o aluno conseguir ter bom desempenho nas atividades remotas.
“Os pais não precisam necessariamente saber o conteúdo das disciplinas. Eles podem apoiar emocionalmente, acompanhar o trabalho da escola e criar atividades lúdicas e educacionais em casa, como estimular a leitura de um livro, sugerir uma receita de bolo, que leve a criança a fazer cálculos matemáticos para as proporções dos ingredientes, fazer orçamento da família do mês, calculando o que vai gastar e quanto pode economizar.”
Estudos alertam para riscos
Um estudo lançado na quarta-feira pelo vereador Tarcísio Motta (Psol) mapeou e avaliou o entorno de mais de 1,5 mil escolas da rede municipal do Rio. O “Minha escola tem covid?” analisou o número de pessoas que ainda estão transmitindo o vírus e o de óbitos acumulados na região ao redor de cada unidade.
O objetivo do levantamento é demonstrar a urgência da política de monitoramento antes do retorno às aulas e planejar medidas para isolar, acompanhar e garantir atendimento de saúde e assistência social. A média geral de casos ativos ao redor das escolas é de 39.30, 2047.07 de casos acumulados e 195.61 de óbitos.
O manual da Fiocruz sobre medidas de segurança para o retorno às aulas presenciais apontou que o momento de reabertura das escolas deve ser orientado por análises epidemiológicas que indiquem redução contínua de novos casos da doença. Além disso, segundo a Fiocruz, é fundamental fortalecer o monitoramento da situação epidemiológica do vírus em alguns territórios para antecipar possíveis surtos. A pesquisa ainda prevê novas suspensões.
“Todo esse cenário nos leva a considerar que é possível que tenhamos que conciliar o retorno das atividades com novas suspensões, que serão indicadas pelas autoridades educacionais, sanitárias e governamentais.
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