Eleição na Câmara: todos à espera de Maia e Fábio Faria surge no radar
Os próximos passos da eleição na Câmara -- que será em fevereiro do ano que vem -- dependem de Rodrigo Maia...
Os próximos passos da eleição na Câmara — que será em fevereiro do ano que vem — dependem de Rodrigo Maia.
Os pré-candidatos, como já mostramos, estão se mexendo pouco, por enquanto: todos à espera das definições do atual presidente.
O distanciamento social, em razão da pandemia, também ajuda a jogar as articulações mais para frente. Um jantar ou outro tem ocorrido em Brasília, mas sempre com os mesmos 20 ou 30 parlamentares, no máximo.
“O grosso dos deputados ainda não está tratando do assunto. Está todo mundo na base, cuidando de outra eleição”, disse a O Antagonista um dos pré-candidatos.
Rodrigo Maia precisará deixar mais claro aos pares se vai tentar fazer seu sucessor ou se, caso surja um aval jurídico, topará buscar um novo mandato. A esquerda, por exemplo, com 131 deputados (PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e Rede), aguarda as orientações de Maia, provavelmente para marchar junto com ele.
O atual presidente já ocupou um mandato-tampão — quando da renúncia de Eduardo Cunha — e foi eleito outras duas vezes. Pela Constituição e o regimento interno, é proibida a recondução na mesma legislatura, como seria o caso em 2021. Mas, como já dissemos, se Davi Alcolumbre conseguir a autorização do STF para mudar as regras do jogo e tentar uma reeleição no Senado, Maia poderia ser beneficiado.
Por enquanto, o presidente da Câmara tem pedido aos mais próximos que deixem para mergulhar na sua sucessão somente após as eleições municipais, ou seja, lá para o fim de novembro. Até lá, Maia gostaria que os líderes se concentrassem em avançar em “pautas importantes para o país” — certamente, o projeto que acaba com a farra dos supersalários e a PEC do fim do foro privilegiado não estão nessa lista.
Baleia Rossi (MDB), Elmar Nascimento (DEM), Marcos Pereira (Republicanos) e os deputados do PP, Aguinaldo Ribeiro e Arthur Lira, são os pré-candidatos mais fortes até aqui. Marcelo Ramos (PL) corre por fora. E aparecem, ainda, figuras como o Capitão Augusto (PL), que lançou sua pré-candidatura para tentar atrair o apoio de bolsonaristas.
Um nome novo, porém, passou a ser falado nos bastidores nos últimos dias: há quem veja na proximidade de Maia com Fábio Faria (PSD), recém-empossado ministro das Comunicações, uma oportunidade de fazer do genro de Silvio Santos seu sucessor.
A Crusoé mostrou que Faria tem feito suas reuniões reservadas em uma mansão no Lago Sul, área nobre de Brasília. Observadores da cena política acreditam que as movimentações do ministro, que tem atuado como uma espécie de articulador político do governo, poderão não agradar Carlos Bolsonaro e sua turma, o que poderia resultar num processo de fritura. Nesse contexto, acreditam algumas lideranças, voltar para a Câmara e tentar virar presidente da Casa poderia ser uma opção para o hoje ministro.
Questionado por O Antagonista sobre essa possibilidade, Fábio Faria respondeu assim: “Chance zero”. Maia também negou.
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