Momento MasterCunha
Assistir ao depoimento de Eduardo Cunha a Sergio Moro é daqueles programas que não têm preço (assista ao compacto ou à íntegra).Enquanto Cunha bancava o altivo, despejando datas (com dia, mês e ano) e números de contas bancárias (incluindo dígitos), Moro seguia perguntando educadamente, quase como quem não quisesse nada. Cunha ia bem, até que...
Assistir ao depoimento de Eduardo Cunha a Sergio Moro é daqueles programas que não têm preço (assista ao compacto ou à íntegra).
Enquanto Cunha bancava o altivo, despejando datas (com dia, mês e ano) e números de contas bancárias (incluindo dígitos), Moro seguia perguntando educadamente, quase como quem não quisesse nada. Cunha ia bem, até que Moro entrou em um aspecto sensível: como o ex-deputado construiu seu patrimônio no exterior.
— E de onde vem esse dinheiro? (a respeito do saldo bancário, entre US$ 3 milhões e US$ 5 milhões, que o ex-deputado afirmou ter há décadas no exterior)
Cunha respondeu que “construiu o saldo” como profissional de comércio exterior. Revendia produtos para países africanos, recebia no exterior e aplicava os rendimentos também no exterior. “Os saldos foram crescendo, na medida em que fui obtendo resultados”, afirmou Cunha.
Em seguida, Moro perguntou:
— E o senhor tem alguma documentação dessas operações de comércio exterior?
Foi nesse ponto que Cunha começou a se enrolar:
— Alguma coisa eu tenho (pausa)… por exemplo (pausa)… Consegui recuperar alguma coisa. Tem contrato social (pausa)… Eu tenho transferências antigas (das contas bancárias) feitas do período de 93, 94, 95, 96.
— (Tem) Contrato de compra e venda?, perguntou Moro.
— Isso aí, talvez (pausa)… O que me dificultou, excelência, é o fato de eu estar aqui em condições absolutamente precárias de procura de mais documentos e com dificuldade de falar com meus advogados, visto que o tempo é muito restrito e através de parlatório.
E continuou a lamúria:
— Foi preciso muito esforço para poder conseguir ter três reuniões de 30 minutos presenciais para poder debater, inclusive, esse interrogatório. Consequentemente eu estou com a minha defesa cerceada pelo fato de eu não conseguir debater com meus advogados a forma correta de trazer a documentação.
Moro foi certeiro mais uma vez:
— Mas o senhor deu a entrevista (à revista Veja, na qual afirmou que havia acumulado patrimônio trabalhando com comércio exterior) em novembro de 2015 e foi preso bem depois (outubro de 2016). Não deu tempo (de procurar os documentos)?
— Pois é… Você tem de fazer a procura no momento ‘em que eles são instados’ (sic), respondeu o ex-deputado.
Pelo jeito, vai ser difícil Cunha provar que fez fortuna trabalhando como trader.
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