Número de militares no governo dobrou em quatro anos
Do ano passado para cá, o governo Bolsonaro convocou 2,6 mil militares da ativa e da reserva para ocupar cargos civis. Entre 2016 e este ano, esse número mais que dobrou: saiu de 2,9 mil para 6,1 mil...
Do ano passado para cá, o governo Bolsonaro convocou 2,6 mil militares da ativa e da reserva para ocupar cargos civis. Entre 2016 e este ano, esse número mais que dobrou: saiu de 2,9 mil para 6,1 mil.
Os dados foram levantados pelo Tribunal de Contas da União para verificar o “grau de militarização dos setores civis do governo”, conforme consta do acórdão, do dia 17 de junho.
Veja o levantamento (Abaixo, um glossário das siglas):
De acordo com a pesquisa do TCU, a maior parte dos militares está alocada em cargos comissionados no governo. São 2,6 mil em 2020, 607 a mais que o registrado em 2016. Os cargos em comissão são a área cuja ocupação por militares mais cresceu no período.
Em segundo lugar estão os militares convocados para ocupar cargos destinados a profissionais da saúde. São 1.249. Mais de 300 a mais que no ano passado, mostra o levantamento. E 607 a mais que o registrado em 2016.
Ontem, Bolsonaro elogiou o trabalho do general Ramos, responsável pela articulação política, e disse que não vai demitir o ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello. E reclamou de quem o critica por convocar militares para seu governo: “É proibido nomear militares?”
O levantamento do TCU ficou pronto hoje e foi pedido pelo ministro Bruno Dantas.
Quando fez o pedido, Dantas disse que “é importante que a sociedade saiba exatamente quantos militares, ativos e inativos, ocupam atualmente cargos civis, dados os riscos de desvirtuamento das Forças Armadas que isso pode representar”.
A preocupação nasceu depois de entrevista do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, ao programa Roda Viva, dois dias antes da decisão da corte de contas.
Na ocasião, o ministro disse que botar militares em cargos civis pode comprometer a credibilidade das Forças Armadas, já que elas podem passar a se identificar com o governo.
No sábado (11/6), o ministro Gilmar Mendes disse que o Exército precisava tomar cuidado para não se associar a um genocídio.
Dias depois, Gilmar explicou que sua fala foi um alerta para que os militares não se deixassem usar por um discurso político do presidente de abrir confronto com os governadores em torno das medidas de isolamento social para enfrentar a pandemia de Covid-19.
Entenda o que significam as siglas da tabela acima:
Mil Conselho = Militares que ocupam cargos em alguns conselhos de administração de algumas estatais, bem como relação daqueles que ocupam cargos na alta administração do Poder Executivo. Não há informação em relação a todas as estatais do Governo, considerando que não dispomos atualmente dessas bases de dados na Sefip;
Mil Serv Públ antes EC20 = Militares que acumulam diversos cargos na Administração Pública, considerando a permissão contida na EC 20/1998, ou seja, foram para a reserva e tomaram posse em outro cargo antes de 16/12/1998;
Mil Cargo Comis-Req = Militares que ocupam cargos comissionados
Mil Professor = Militares que acumulam cargos de professor
Mil Saúde = Militares que acumulam cargos de profissionais da saúde
Mil Contr Temp = Militares que acumulam cargos temporários
Mil Serv Públ antes EC20 = Militares que acumulam diversos cargos na Administração Pública, considerando a permissão contida na EC 20/1998, ou seja, foram para a reserva e tomaram posse em outro cargo antes de 16/12/1998
Mil Conselho = Militares que ocupam cargos em alguns conselhos de administração de algumas estatais, bem como relação daqueles que ocupam cargos na alta administração do Poder Executivo. Não há informação em relação a todas as estatais do Governo, considerando que não dispomos atualmente dessas bases de dados na Sefip
Mil Contr Temp-INSS = Militares que foram classificados no chamamento público e processo seletivo para contratação por tempo determinado para trabalharem no INSS
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