Moraes autoriza PF a acessar dados sobre perfis falsos apagados pelo Facebook
O ministro Alexandre de Moraes atendeu ao pedido da Polícia Federal e vai determinar ao Facebook que envie os dados sobre os perfis falsos apagados na ação da semana passada...
O ministro Alexandre de Moraes atendeu ao pedido da Polícia Federal e vai determinar ao Facebook que envie os dados sobre os perfis falsos apagados na ação da semana passada.
A PF pediu ontem ao ministro que oficie a rede social para que envie todos os dados sobre os perfis apagados, além das informações pessoais sobre seus responsáveis.
O Facebook apagou, ao todo, 88 contas, entre grupos, perfis pessoais e páginas. Desse total, 73 são perfis ligados a bolsonaristas e à família do presidente Jair Bolsonaro.
Na pedido da PF, a que O Antagonista teve acesso, os delegados argumentaram que os perfis apagados pelo Facebook podem ter relação com os fatos investigados no inquérito dos atos antidemocráticos, que corre no STF sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Entre os perfis apagados, estão páginas cujos responsáveis são ligados ao Palácio do Planalto e a dois dos três filhos de Bolsonaro.
Um dos principais atingidos pela ação do Facebook é o bolsonarista Tércio Arnaud Tomaz, assessor especial da Presidência e apontado como líder do “gabinete do ódio”. Ele foi levado ao governo pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente.
Outro dos atingidos é Paulo Chuchu, assessor do gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho mais novo de Bolsonaro.
Também foram excluídas páginas de assessores do deputado estadual de São Paulo Coronel Nishikawa (PSL). A bolsonarista Camila Abdo, que foi assessora dele, teve perfis apagados e é uma das investigadas no inquérito dos atos antidemocráticos. Até agora, é o único elo formal entre as investigações e a limpeza dos perfis falsos.
De acordo com o relatório que baseou as ações do Facebook, esses perfis foram criados antes das eleições de 2018 para apoiar o discurso do então candidato Jair Bolsonaro. O método de ação de todos era parecido: divulgação e reverberação das falas do presidente e ataques e intimidação a adversários.
Segundo o estudo, do DFRLab, os perfis continuaram operando depois das eleições e, depois que Bolsonaro tomou posse, ganharam “legitimidade institucional”.
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