De Brasília, Diego Amorim apresenta, em cinco pontos, os principais destaques desta semana — confira também o vídeo:
1) Bolsonaro e a interferência na PF
O vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, divulgado na última sexta-feira pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve continuar repercutindo em Brasília nesta semana.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, deverá se manifestar sobre o conteúdo da gravação.
Bolsonaristas, claro, elogiaram a postura do presidente da República na reunião.
O que importa, no entanto, são os trechos em que Jair Bolsonaro se refere à Polícia Federal e que serão usados no inquérito na investigação sobre as acusações de interferência do presidente na corporação.
As tensões em Brasília continuam elevadas. Ontem, em dia de nova manifestação a favor do governo na Esplanada dos Ministérios, um grupo de militares da reserva divulgou uma carta de apoio ao general Augusto Heleno após o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) publicar uma nota na qual previa “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional” pelo fato de Celso de Mello ter enviado para a análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) notícias-crimes contra Bolsonaro apresentadas por PV, PSB e PDT.
2) Paulo Marinho vai falar mais
O empresário Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro, vai depor nesta terça-feira no âmbito do inquérito que investiga justamente a interferência do presidente da República na Polícia Federal: será às 9h, no Rio de Janeiro.
Na quarta-feira, prestará depoimento Miguel Ângelo Braga Grillo, chefe de gabinete de Flávio: às 15h, em Brasília.
3) O socorro a estados e municípios
Jair Bolsonaro sancionará neste início de semana o pacote de socorro financeiro a estados e municípios. O prazo vencerá na quarta-feira.
A sanção deveria ter ocorrido na semana passada, quando ele se reuniu com governadores, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre para tratar do tema, mas o atraso se deu em razão de um acordo para a aprovação anterior de uma Medida Provisória que reestrutura as funções de chefia na Polícia Federal e prevê gratificações ao topo da carreira.
Antes da sanção — com vetos à possibilidade de reajustes salariais até dezembro de 2021 –, o governo federal também deverá convocar aprovados em concursos da PF e da Polícia Rodoviária Federal, além de sancionar o aumento concedido a policiais civis, militares e bombeiros do Distrito Federal por meio de projeto já aprovado no Congresso.
4) O adiamento das eleições
O Congresso poderá instalar nesta semana um grupo de trabalho com deputados e senadores para começar a debater a possibilidade de adiar as eleições municipais deste ano.
Por enquanto, o primeiro turno continua marcado para 25 de outubro. A tendência é de adiamento para o fim de novembro ou início de dezembro.
Luís Roberto Barroso, que assume oficialmente nesta semana o comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já disse ser provável que o pleito seja adiado, mas deixou a decisão para o Parlamento.
5) O início da queda
Na economia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará na sexta-feira o resultado do PIB do primeiro trimestre. A expectativa, não poderia ser diferente em meio à pandemia da Covid-19, é de queda. O IBGE também anunciará nesta semana os dados mais recentes sobre o nível de emprego no país.
De resto, continuaremos, claro, acompanhando os números da pandemia e as ações da União e dos estados. Ontem, os Estados Unidos decidiram restringir a entrada de pessoas vindas do Brasil.
Também vamos monitorar o estado de saúde do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, que está internado com suspeita de infecção pelo novo coronavírus.
Bom dia e boa semana.