“Clima interno entre os delegados da PF é o pior possível”, diz presidente da associação
O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Edvandir Paiva, disse a O Antagonista que a revelação de Sergio Moro da tentativa de interferência de Jair Bolsonaro nas investigações cria uma "situação muito grave" dentro da corporação...
O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Edvandir Paiva, disse a O Antagonista que a revelação de Sergio Moro da tentativa de interferência de Jair Bolsonaro nas investigações cria uma “situação muito grave” dentro da corporação.
“O clima interno está muito ruim, o clima interno entre os delegados é o pior possível, porque o ministro saiu dizendo que há tentativa de intervenção.”
Paiva disse que, sem uma PEC que garanta a efetiva autonomia do órgão, com critérios objetivos mínimos para ocupação das chefias e, principalmente, liberdade do diretor-geral e subordinados para gerenciar os recursos reservados à PF, não há como blindar as investigações.
Como informou mais cedo a Crusoé (leia AQUI) Bolsonaro deve anunciar ainda hoje uma proposta de autonomia para a PF. No Congresso, já existe uma proposta em andamento.
“Se colocar que tem autonomia investigativa, isso não serve de nada. Já temos legislação que dão algumas proteções. E fazemos isso dentro de estrutura institucional. Só que não adianta autonomia investigativa, se não tiver autonomia administrativa, que é de onde vem os recursos”, disse o presidente da ADPF.
Paiva afirma que a associação está aberta à discussão sobre a forma de nomeação do diretor-geral. Uma ideia já aventada é a possibilidade de formação de lista tríplice, formada em votação entre os delegados, para escolha por parte do presidente.
“Estamos abertos para outras propostas, mas que tragam mais objetividade e transparência, nessa escolha. O mais correto é estabelecer em lei critérios mínimos para ocupação de chefias. O critério subjetivo de escolha sempre vai haver. O diretor-geral vai ser escolhido pelo presidente da República, mas devemos ter balizas mais objetivas”, disse.
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