Por que a Odebrecht patrocinou o filho de Renan
Cláudio Melo Filho contou aos procuradores da Lava Jato que entendeu que, se a Odebrecht não desse dinheiro para a campanha do filho de Renan Calheiros em 2014, o senador poderia prejudicar a empresa. Uma forma suave de dizer que foi achacado.Leiam o trecho...
Cláudio Melo Filho contou aos procuradores da Lava Jato que entendeu que, se a Odebrecht não desse dinheiro para a campanha do filho de Renan Calheiros em 2014, o senador poderia prejudicar a empresa. Uma forma elegante de dizer que foi achacado.
Leiam o trecho:
“No ano de 2014, em oportunidade que estava reunido com o Senador Renan Calheiros, na residência oficial do senado, em reunião agendada por Milton Pradines, da equipe de RI da Braskem, tratamos especificamente do tema de renovação dos contratos de fornecimento de energia para empresas eletrointensivas do Nordeste para as plantas industriais. Nessa reunião, fomos recebidos pelo staff da residência oficial que nos direcionou para a sala de visitas. Na entrada tínhamos que dar o nome de todas as pessoas que estavam no carro e que iam participar da reunião, sendo verificada a pertinência da entrada. O Senador, que chegou logo depois, ficou sentado em uma cadeira ao lado das demais pessoas, que ficaram em um sofá encostado na parede.
Em determinado momento da conversa, ele me disse que seu filho seria candidato ao governo de Alagoas e me pediu expressamente, que eu verificasse se a empresa poderia contribuir. Acredito que o pedido de pagamento de campanha a seu filho ao governo do Estado de Alagoas, justamente no momento em que se apresentavam os aspectos técnicos relevantes, era uma contrapartida para o forte apoio dado à renovação dos contratos de energia, inclusive publicamente, e que culminou na edição da MP n. 677/15. Entendi, na oportunidade, que esses pagamentos, caso não fossem realizados, poderiam vir a prejudicar a empresa de alguma forma.
Durante o trâmite da Medida Provisória, estive mais uma vez com o Senador para reforçar a importância do tema para a empresa. O encontro também se deu na residência oficial, em que fomos recebidos pelo staff e encaminhados para uma sala logo na entrada, ao lado direito da porta principal, que parece a um escritório. Depois de uns 20 minutos o Senador apareceu.
Soube posteriormente que foram doados oficialmente R$ 320 mil a pretexto de campanha, sendo R$ 200 mil para a candidatura direta e R$ 120 mil através do diretório estadual do PMDB/AL e depois repassado para a campanha da candidatura…”
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