A indústria do atraso
Mais cedo, citamos uma reportagem do Valor sobre o temor da indústria brasileira com o reconhecimento formal da China como economia de mercado a partir de 12 de dezembro.A reportagem reproduz os argumentos do lobby da indústria local...
Mais cedo, citamos uma reportagem do Valor sobre o temor da indústria brasileira com o reconhecimento formal da China como economia de mercado a partir de 12 de dezembro.
A reportagem reproduz os argumentos do lobby da indústria local.
A ideia de que isso deixa o Brasil sem instrumentos para contestar práticas chinesas de dumping é tão falsa quanto a ideia de que Renan Calheiros é o garantidor da reforma fiscal.
Na realidade, tal postura reflete a estratégia da indústria brasileira de sempre encontrar proteção no Estado, através de barreiras tarifárias e não tarifárias, cláusulas de conteúdo local, crédito subsidiado do BNDES, desonerações fiscais etc.
No momento, FIESP, FIRJAN, ABIMAQ e outras associações de classe industrial estão em intensa campanha para bloquear qualquer alteração nas regras de conteúdo local na exploração e produção do petróleo, política semelhante à infame reserva de mercado para informática dos anos 80.
Com tanta proteção e falta de competição – o Brasil é uma das economias mais fechadas no mundo ao comércio internacional de bens e serviços – não é surpresa que a indústria brasileira seja muito pequena, representando apenas 11% do PIB contra 15% na média mundial.
A indústria brasileira se especializou em produzir MPs da meia-noite. É preciso jogar uma luz nesse buraco negro.
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