A pandemia e os instintos primitivos
Rodrigo Maia já entendeu que o Centrão e Jair Bolsonaro estão se aproximando. Nas últimas semanas, presidentes do Progressistas, do Republicanos, do PL (antigo PR) e do PSD, como registramos, se reuniram com o presidente no Palácio do Planalto...
Rodrigo Maia já entendeu que o Centrão e Jair Bolsonaro estão se aproximando.
Nas últimas semanas, presidentes do Progressistas, do Republicanos, do PL (antigo PR) e do PSD, como registramos, se reuniram com o presidente no Palácio do Planalto.
A princípio, as conversas eram apenas para que Bolsonaro ajustasse alguns ponteiros de comunicação, deixando claro que Braga Netto está coordenando as ações do Planalto e que Luiz Eduardo Ramos cuida sozinho da articulação política.
Mas não era só isso. Bolsonaro negociou cargos no DNIT, na Codevasf, na Funasa e no FNDE, por exemplo. Mudanças deverão se concretizar nos próximos dias.
O objetivo principal do presidente da República é isolar Rodrigo Maia, enfraquecendo o DEM e criando algum tipo de base de apoio no Congresso, para além da ala bolsonarista do PSL. Para isso, ele optou por contar com a ajuda de quem considera “velha política”.
Na semana passada, Maia esboçou uma reação. Chamou para conversar lideranças do Centrão e relembrou que ele tem o controle da pauta da Câmara. Se a turma, antes aliada, quiser mesmo se aproximar do Planalto para garantir a “governabilidade” a Bolsonaro em troca de cargos, Maia poderá avançar com pautas incômodas para o Centrão, como a destinação do fundão para o combate à Covid-19.
Nesse encontro, Maia também sinalizou estar disposto a escancarar os movimentos ambíguos do Planalto e do Centrão — publicamente, os dois lados se vendem como inimigos, mas, nos bastidores, voltaram a trocar carícias, como na época da aprovação da reforma da Previdência.
O PTB, de Roberto Jefferson — que ontem falou em trama no Congresso para tirar Bolsonaro do poder –, também está participando dessas conversas todas, mas sem colocar a digital.
O PTB na Câmara é muito próximo de Arthur Lira (Progressistas), que sonha com a cadeira de Rodrigo Maia — hoje, O Globo disse que Bolsonaro poderá apoiá-lo informalmente na sucessão na Câmara, como uma opção “anti-Maia”.
A pandemia está despertando os instintos mais primitivos de muitos em Brasília.
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