Morre Javier Pérez de Cuéllar, ex-secretário-geral da ONU
Morreu nesta quarta-feira, aos 100 anos de idade, o diplomata peruano Javier Pérez de Cuéllar. Ele foi secretário-geral da ONU por dois mandatos, de 1982 a 1991. Cuéllar foi o primeiro (e por enquanto único) latino-americano a chegar ao posto. Entrou no Ministério das Relações Exteriores peruano aos 20 anos de idade, em 1940. Serviu nas embaixadas peruanas na França, Reino Unido, Bolívia e no Brasil...
Morreu nesta quarta-feira (4), aos 100 anos de idade, o diplomata peruano Javier Pérez de Cuéllar. Ele foi secretário-geral da ONU por dois mandatos, de 1982 a 1991.
Cuéllar foi o primeiro (e, por enquanto, único) latino-americano a chegar ao posto. Entrou no Ministério das Relações Exteriores peruano aos 20 anos de idade, em 1940. Serviu nas embaixadas peruanas na França, Reino Unido, Bolívia e no Brasil.
Cuéllar estava na delegação do Peru na primeira sessão da Assembleia Geral da ONU, em 1946.
Foi promovido a embaixador em 1962, e, com esse título, chefiou as embaixadas na Suíça, União Soviética, Polônia e Venezuela.
Entre 1971 e 1975, foi chefe da delegação do Peru na ONU em Nova York. Nesse período, representou o país como membro rotativo do Conselho de Segurança no biênio 1973-1974.
Cuéllar foi um “candidato de compromisso” no final de 1981, quando as grandes potências estavam divididas sobre quem seria o próximo chefe da ONU. O austríaco Kurt Waldheim tinha apoio dos EUA e da União Soviética para servir um inédito terceiro mandato, mas a China preferia o ministro das Relações Exteriores da Tanzânia, Salim Ahmed Salim.
No Conselho de Segurança, Salim venceu Waldheim por um voto (11 a 10), mas os Estados Unidos vetaram o nome do tanzaniano. A China vetou Waldheim. Cuéllar acabou escolhido para romper o impasse.
Durante seus mandatos como secretário-geral da ONU, Cuéllar ajudou a pôr fim à Guerra Irã-Iraque (1980-1988), com a adesão, por Saddam Hussein e pelo aiatolá Khomeini, a resolução do Conselho de Segurança aprovada em 1987.
Cuéllar também participou de negociações para a retirada de tropas soviéticas do Afeganistão, e ajudou a por fim a guerras civis em El Salvador, Camboja e Nicarágua.
Por um período de oito meses, na virada de 2000 para 2001, serviu como primeiro-ministro do Peru.
De 2001 a 2004, serviu como embaixador do Peru na França.
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