O peido de Manuel Bandeira e o lobby da Odebrecht
O Brasil não veta apenas o acesso aos contratos do BNDES ou aos telegramas do Itamaraty sobre o lobista Lula. Ele veta também o acesso aos versos de nosso melhor poeta, Manuel Bandeira. A Época, nesta semana, publica uns versos satíricos de Manuel Bandeira que estavam lacrados na Fundação Casa de Rui Barbosa há 35 anos e que só foram liberados agora, por ordem da Controladoria-Geral da União...
O Brasil não veta apenas o acesso aos contratos do BNDES ou aos telegramas do Itamaraty sobre o lobista Lula. Ele veta também o acesso aos versos de nosso melhor poeta, Manuel Bandeira.
A Época, nesta semana, publica uns versos satíricos de Manuel Bandeira que estavam lacrados na Fundação Casa de Rui Barbosa havia 35 anos e que só foram liberados agora, por ordem da Controladoria-Geral da União:
Façam-me uma estátua incrível
De algum novo Donatello.
O mais equestre possível:
Eu montado em Mário Melo!
(A revista explica que Mário Melo, um historiador pernambucano, tentou impedir que a prefeitura de Recife erguesse um busto em homenagem a Manuel Bandeira, alegando que a lei proibia homenagear pessoas vivas. Bandeira “nunca se manifestou publicamente sobre a polêmica, mas nos bastidores escreveu estes versos ridicularizando seu oponente”).
Mário Faustino, és de veras.
E se és, Faustino, veado,
Bem poderás ser chamado
Pelos a quem dás ou deras
Ou darás, Faustino amado,
Mário veado de veras!
(“Não há notícias sobre qualquer desavença ocorrida com Manuel Bandeira, embora a posição de Mário Faustino como editor que selecionava o que era ou não publicado no Jornal do Brasil o colocava em confronto direto com a vaidade dos escritores da época. Por ser um tipo delicado, que não andava com mulheres, pesava sobre ele uma nunca esclarecida fama de homossexual”).
Mulata bonita um dia
Por um mau jeito se peida:
Sua mulata é a Baía;
O peido, Renato Almeida.
(Renato Almeida, pintor mineiro, notabilizou-se por retratar paisagens baianas).
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